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13/05: o ‘Banzo’ e a persistência histórica do racismo

O dia 13 de maio é conhecido pela assinatura da Lei Áurea, promulgada pela Princesa Isabel em 1888, como o marco do fim da escravidão do povo negro no Brasil. Contudo, a data passa por um necessário processo de ressignificação, ao evidenciar que o problema do racismo e as consequências de quase quatro séculos de escravização da população negra não se dissiparam com um simples ato normativo.

Dessa maneira, para honrar a memória de milhares de pessoas escravizadas, que sofreram as mais diversas e cruéis violências, a data passou a ser chamada de Dia Nacional de Luta e Denúncia contra o Racismo. Neste dia, a vice-presidente da Abrasco e coordenadora do GT Racismo e Saúde, Diana Anunciação, destaca a persistência histórica do sofrimento causado pelo racismo, ainda com fortes reflexos no sofrimento e adoecimento da população negra. 

“O trauma psíquico vivenciado pela população negra durante o período colonial, com a diáspora forçada de África e o processo de escravização no Brasil, submeteu a população negra, africana e nascida aqui, a inúmeras violências geradoras de sofrimento psicossocial, gestando um grande trauma cultural e psíquico.

À época deste período, inicia-se o que foi denominado de Banzo, ou seja, adoecimento provocado pela tristeza advinda da saudade de sua terra natal, da família, amigos e comunidade, assim como a angústia e desgosto pelos maus tratos sofridos. O Banzo foi considerado o primeiro sofrimento psíquico das pessoas negras escravizadas e compreendido como um processo que atrapalhava os ganhos do grande proprietário sobre a sua mercadoria: a pessoa escravizada.

Contudo, é notória a persistência histórica desse sofrimento e adoecimento nos dias atuais, provocado por diversas violências e violações de direitos básicos, especialmente, pela presença do racismo na estrutura social, econômica, cultural, ambiental e política, agora sob nova roupagem”, explica Diana Anunciação. 


Nesta data, a Abrasco destaca a importância do combate ao racismo e reitera a importância de políticas de saúde para a população negra. 

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