
A cerimônia de abertura do 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva marcou o início oficial de uma semana de debates sobre os desafios da saúde no século XXI. O encontro acontece até 3 de dezembro, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, e reúne pesquisadores, gestores, trabalhadores da saúde, estudantes e movimentos sociais de todas as regiões do país.
A noite começou com a apresentação do grupo Choro Livre, que recebeu o público com repertório clássico do gênero. Em seguida, a mesa de abertura foi composta por representantes da Abrasco, Fiocruz, Ministério da Saúde, Governo do Distrito Federal, instituições acadêmicas, organismos internacionais, parlamentares e movimentos sociais.
A organização destacou a participação de mais de 1.800 pessoas que estiveram no pré-congresso, realizado na sexta-feira. Foram mais de 90 atividades que discutiram temas como regulação, Atenção Primária, equidade, ciência e políticas públicas. No total, os congressistas acompanharam 45 cursos, 35 oficinas, além de encontros, reuniões e fóruns.




O presidente da Abrasco, Rômulo Paes, afirma que o 14º Abrascão ocorre em um momento crítico, marcado por eventos climáticos extremos e desigualdades agravadas. Segundo ele, o tema do congresso reflete a urgência de respostas integradas. Crises hídricas, incêndios e estiagens prolongadas exigem políticas públicas eficientes para prevenção de desastres e adaptação ao aquecimento global. Ao mesmo tempo, é hora de fortalecer o SUS, modernizar competências, combater o desfinanciamento e enfrentar desigualdades regionais.”
O presidente da Abrasco destacou a importância da atuação política em defesa do SUS nos próximos anos, refoçando que a gestão federal do SUS enfrenta a necessidade de superar déficits estruturais, modernizar competências, combater o desfinanciamento e reduzir desigualdades regionais, transversais e interseccionais.
Na abertura, a presidente da Comissão Local e diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, afirmou que o 14 Abrascão nasce como um espaço de construção coletiva em um momento de grandes desafios para a saúde no país. Ela destacou a importância de fortalecer o direito à saúde e ampliar o diálogo entre diferentes setores e territórios. “Inspirada no Cerrado, desejamos que o nosso Congresso seja um espaço para o florescimento de afetos, ideias e construções que sigam na defesa da saúde como um direito, reconhecendo a diversidade do nosso povo e as necessidades de cada cidadã e cidadão que vive em nosso país. É momento da teimosa esperança. Vamos juntos e juntas escrever mais uma importante história da saúde coletiva do nosso país.”, afirma a pesquisadora.


O hino nacional foi interpretado pela cantora Teresa Lopes, conhecida por seu trabalho com samba e projetos voltados à ancestralidade musical brasileira. A cerimônia seguiu com saudações institucionais, incluindo a participação de Mateus dos Santos Brito, representante do movimento nacional de saúde quilombola, que destacou a importância da defesa dos territórios e da garantia de políticas públicas para populações tradicionais.
Principal evento do campo da Saúde Coletiva, o Abrascão reúne, nesta edição, temas que atravessam a vida cotidiana do país e dialogam com a agenda global de saúde. A programação completa segue até o dia 3, com mesas, conferências, rodas de conversa, atividades culturais e um amplo conjunto de espaços para fortalecer a participação social e o compromisso com o SUS.


