
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva apresenta o 1º Plano Diretor de Política, Planejamento e Gestão em Saúde, documento que estabelece uma agenda estratégica para a área e se consolida como um marco institucional no âmbito da Abrasco. Lançado oficialmente no 14° Abrascão, o documento orienta as ações da Comissão de Política, Planejamento e Gestão em Saúde e da Associação no período de 2026 a 2030, fortalecendo o campo e seu papel na formulação de políticas públicas de saúde no Brasil.
O 1º Plano Diretor de Política, Planejamento e Gestão em Saúde está disponível para leitura e contribuições até 15 de março de 2026. A Abrasco incentiva a mobilização do debate em instituições, programas de formação e espaços coletivos. As contribuições devem ser encaminhadas para o e-mail planodiretorppgs@gmail.com.
O Plano Diretor reafirma o compromisso ético-político da área com a defesa da democracia, da justiça e da equidade social, ao reconhecer a saúde e a vida como direitos fundamentais. O documento sustenta a defesa de um sistema de saúde universal, integral, plural e equânime, valoriza o trabalho em saúde e reafirma a centralidade do Sistema Único de Saúde como política pública estruturante.
No campo da produção do conhecimento, o PDPPGS apresenta reflexões e diretrizes que orientam a tomada de decisões e a formulação de políticas de saúde comprometidas com o enfrentamento das desigualdades e das estruturas de opressão. O texto propõe uma leitura crítica do campo e aponta caminhos para fortalecer a articulação entre pesquisa, gestão, formação e práticas em saúde coletiva.
O professor Dario Pasche, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador da GT do Plano Diretor destaca que a elaboração do Plano representa uma oportunidade política e institucional inédita para a área. Segundo ele, o processo exige ampliar o debate para além da Comissão. “Se queremos que o Plano seja um espaço de comunidade epistêmica mais orgânica, não podemos restringi-lo apenas à Comissão da Abrasco. Somos um eixo importante, mas é fundamental ampliar o debate com todos os eixos da associação, especialmente os GTs”, afirma.
Para Dario Pasche, discutir o Plano é discutir o próprio campo da Política, Planejamento e Gestão em Saúde. “Trata-se de pensar como produzir consensos, ainda que parciais, e construir pautas comuns. Pela primeira vez, esta Comissão terá um objeto político capaz de orientar suas ações político-técnico-científicas”, ressalta.
A coordenadora adjunta do GT do Plano Diretor e coordenadora da Comissão de PPGS da Abrasco, Tatiana Wargas (IFF/Fiocruz) chama atenção para os desafios contemporâneos da área. “Partimos do diagnóstico de que a área mudou. Há novos sujeitos e sofremos os impactos da privatização da saúde e também da própria PPGS”, aponta.
Tatiana destaca ainda que o processo de elaboração do Plano envolve a construção de uma estratégia de monitoramento e avaliação das ações propostas. “Essas ações são parte de um movimento contínuo, que gera desdobramentos e novas iniciativas”, afirma. Para ela, participar da construção do PDPPGS é um marco coletivo. “Como pesquisadora, construir o Plano é uma honra, mas também traz o sentimento de que ainda há muito a fazer. Precisamos de mais pessoas ocupando esse lugar na área, pensando coletivamente os próximos passos”, conclui.


