Pesquisar
Close this search box.

 NOTÍCIAS 

7º Congresso de Ciências Sociais e Humanas em Saúde – conheça a Comissão Organizadora

Durante 4 dias de outubro, Cuiabá será o lugar ideal para a reflexão da pluralidade de experiências sociais e os respectivos contrastes e tensões expressos na vida das pessoas. Sob o manto do “Pensamento Crítico, Emancipação e Alteridade: Agir em Saúde na (A)diversidade”, os participantes do 7º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde viverão momentos de aguçamento das ideias e poderão definir melhor os julgamentos propositados e reflexivos sobre o que acreditar ou o que fazer.

Para que esta troca de saberes aconteça da melhor maneira, muitos estão trabalhando há muitos meses, como a Comissão Organizadora Nacional, composta pelos pesquisadores: Tatiana Gerhardt (presidente do Congresso), Luis Eduardo Batista, Maria Helena Mendonça, Reni Barsaglini, Leny Trad, Roseni Pinheiro, Elza Mello, Mônica Nunes e Pedro Cruz.

Luis Eduardo Batista é doutor em Ciências Sociais, pesquisador do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e representante da SES-SP no Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo. Luis participa dos congressos de Ciências Sociais da Abrasco, desde a segunda edição, que aconteceu em São Paulo, em 1999. Dentre os temas de interesse, Luis se debruça sobre a Saúde da População Negra; Minorias Étnicas, práticas em saúde e interculturalidade e Direitos Humanos e saúde. Sobre a organização deste congresso em particular, Luis destaca o desafio de – “possibilitar que o ‘campo’ Ciências Sociais e Humanas em sua multiplicidade de agendas, linas de pesquisa, grupos de pesquisadores tenha espaço no Congresso. O CBCSHS é um espaço único, me sinto privilegiado”, declara o pesquisador.

Maria Helena Mendonça é doutora em Saúde Coletiva e atualmente pesquisadora na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Ela participou do 1º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, que aconteceu em 1995, em Curitiba. Os Direitos Humanos e a saúde; as Deficiências e Políticas Públicas e Concepções sobre o social e sua incorporação nas políticas sociais e de saúde hoje são os temas de maior interesse da pesquisadora. Para Maria Helena, o CBCSHS tem sido um espaço único e privilegiado que deve ser usufruído com prazer, dedicação e um olhar para seu futuro – “Somos nós cientistas sociais e humanos em saúde que o fazemos com nossa prática e reflexão. O desafio é manter a área das Ciências Sociais e Humanas em Saúde viva no campo da Saúde Coletiva com toda sua multiplicidade de linhas de pesquisa. A presença de tantos grupos de pesquisadores com diferentes e complexas temáticas e abordagens, que se constroem a cada Congresso, mostra um vigor e um espaço de atuação democrático que deve ser garantido pela organização da área através das Comissões Cientifica e Organizadora do evento no âmbito nacional, regional e local. Ao longo do tempo, a configuração do evento mudou sua dinâmica organizacional, construindo a partir dos grupos a agenda e a pauta de debates das questões sociais colocadas para os profissionais de saúde e pesquisadores da área”, explica a pesquisadora.

A professora Leny Trad é pós-doutora docente do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia onde coordena o Programa de pesquisa: Comunidade, Família e Saúde – Contextos, Trajetórias e Políticas Públicas. Para Leny, o Congresso de Ciências Sociais nos convida a exercitar o diálogo com atores sociais diversos a partir de formas (e linguagens) plurais de produção de conhecimento – “O encontro oportunizará a aproximação com a vasta produção da área de ciências sociais e humanas em saúde no Brasil, vinculada a um conjunto robusto de grupos de pesquisa distribuídos em diferentes centros acadêmicos e, certamente, este congresso será palco de debate e análises críticas de problemas sociais de grande relevância, destacando-se, particularmente, a atual crise politica brasileira e suas repercussões para a vida em sociedade, os direitos conquistados no campo da saúde (incluindo o nosso Sistema Único de Saúde, fruto de muita luta) e em diferentes esferas da proteção social” comenta Leny. Sobre os desafios de organizar um encontro com estas especificidades, Leny diz que é inevitável considerar, de uma parte, aspectos relativos às dificuldades no âmbito da infraestrutura, particularmente, de se conseguir recursos financeiros e todos os apoios logísticos necessários para realizar um evento de grande porte em uma conjuntura de restrição orçamentária que afeta tanto as agências de fomento quanto as instâncias/instituições que são parceiras tradicionais da Abrasco – “De outra parte, destaco os desafios de ordem epistemológica, como, por exemplo, capturar as questões e abordagens que melhor traduzem a área; ou política – desafios inerentes às configurações do campo das ciência sociais, considerando suas idiossincracias – modos de produção e de relações e tensionamentos sociais e políticos internas/externas à saúde coletiva”, avalia a professora.

Roseni Pinheiro participou de todas as edições do CBCSHS, a docente do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, faz parte da Comissão de Ciências Sociais desde 2009 e é ainda coordenadora e líder do Grupo de Pesquisa do CNPQ LAPPIS Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde. Dos 37 temas dos grupos Temáticos desta 7ª edição do congresso, Roseni afirma que “os 37 temas dos grupos são bastante interessantes e coerentes com o contexto atual da área no país. Porém especificamente o tema ‘Ampliando Linguagens’ me fascina, pois consiste num desafio e ousadia de inclusão de outras linguagens para singularizar a natureza interdisciplinar do campo da Saúde Coletiva, no que concerne às temáticas transversais advindas das áreas das artes e outras áreas das Ciências Sociais aplicadas”, explica.

Sobre o desafio de organizar um encontro como este no Brasil, Roseni elenca a defesa da luta pela comunicação pública do conhecimento – “Este cenário de gravíssima crise política e econômica de Estado, nos tensiona, entretanto, com resistência, lutaremos contra as adversidades e lograr êxito do congresso. Ninguém pode dizer que as Ciências Sociais e Humanas em Saúde não trata das questões cadentes hoje no país. A defesa intransigente do SUS (ao ponto de definirmos um grande debate somente para esse tema) estará ao lado de outro grande debate sobre o pensamento crítico, reunindo destacados cientistas sociais que nos últimos anos têm se ocupado com a discussão do pensamento social e crítico na América Latina”, resume.

E para o participante que vai pela primeira vez ao CBCSHS, Roseni destaca: venha com garra para participar, refletir e inovar na construção do conhecimento que afirma a alteridade, a emancipação, a inclusão com o firme proposito de lutar para assumirmos um posicionamento ético-politico-epistemológico coerente com a defesa da democracia, do Estado Laico de Direito de nossa Constituição de 88 – “Afinal estamos lutando por uma ‘Abrasco mais forte’, pois ‘Somos Todos Abrasco’, na defesa da vida, do SUS e da Comunicação Pública Responsável do Conhecimento em Saúde Coletiva”.

Tatiana Engel Gerhardt participa dos congressos de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco desde 1999, quando o encontro aconteceu na UNIFESP, em São Paulo. Dentre os 37 temas que compõem a lista de Grupos Temáticos para submissão de resumos nesta 7º edição, a presidente do congresso cita como os de maior interesse pessoal, os itinerários terapêuticos, dos adoecimentos de longa duração, dos direitos humanos e também das deficiências e políticas públicas – “pois são temas que envolvem o foco das minhas pesquisas. Mas meu maior interesse é o GT Ampliando Linguagens, proposta inovadora que se quer transversal a todos os temas do congresso, ou seja, um espaço para a apresentação de múltiplas práticas e reflexões teóricas em Saúde Coletiva, nos mais variados temas, que se formulem e se expressem em linguagens mais artísticas e menos convencionais no campo científico e que expressem reflexões sobre o diálogo e as fronteiras do conhecimento”, explica Tatiana.

A professora é pós-doutora pela Université Bordeaux Ségalen e atualmente integra o quadro de docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sobre o desafio de organizar um encontro como este no Brasil, Tatiana analisa as adversidades – “Os desafios são imensos e de várias ordens: 1) a institucionalização das CSHS remete a regularidade de seus congressos, portanto o desafio de garantir que congresso aconteça permitindo manter a área viva, não só no campo da Saúde Coletiva, mas no campo das CSH como um todo; 2) o desafio de garantir a diversidade epistemológica interna da área (saberes e práticas das CSH na área da SC), dando possibilidade a que essa diversidade tenha lugar de expressão e colocando em relevo a heterogeneidade de referências identitárias e de lógicas de ação, dadas ou condicionadas pelas atuais configurações sócio-político-institucionais; 3) o desafio de promover o diálogo e as relações horizontais entre as diversidades internas da área, mas também com outras áreas do conhecimento, buscando a tão almejada interdisciplinaridade constituinte do campo da Saúde Coletiva; 4) ao se deslocar para a região Centro-Oeste, tem o desafio de provocar também outros movimentos de valorização, de visibilidade e de acolhimento da diversidade institucional e da produção do conhecimento na área”, conclui.

Quando questionada sobre o que diria ao participante que vai pela primeira vez ao CBCSHS, Tatiana respondeu: “Este Congresso constitui um espaço privilegiado de debate, reflexão e difusão da produção do conhecimento da área. É um momento de congregação de estudantes de graduação, de pós-graduação, pesquisadores (experientes e emergentes), professores, gestores, profissionais de saúde, movimentos sociais e que se quer convidativo ao diálogo e a circulação de saberes e práticas em CSHS. Por se inserir no campo da Saúde Coletiva, e diante da conjuntura atual do país, este espaço será de reafirmação incondicional do pensamento crítico, da emancipação e da alteridade. Venha ser também protagonista desse espaço!”, convidou.

Associe-se à ABRASCO

Ser um associado (a) Abrasco, ou Abrasquiano(a), é apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, mas também compartilhar dos princípios da saúde como processo social, da participação como radicalização democrática e da ampliação dos direitos dos cidadãos. São esses princípios da Saúde Coletiva que também inspiram a Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde, o SUS.

Pular para o conteúdo