Em setembro e outubro, aconteceram as atividades da 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas, com foco na pandemia da Covid-19 e seus impactos. Na ocasião, foram comemorados os 75 anos da Organização das Nações Unidas (ONU). Paulo Buss, Luiz Galvão e Santiago Alcázar, do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz), fizeram considerações sobre os eventos.
Em dois artigos publicados no blog do Centro de Estudos Estratégicos (CEE) da Fiocruz, os autores analisaram as quatro resoluções sobre a pandemia adotadas pela Assembleia: Solidariedade global para enfrentar a Covid-19; Cooperação Internacional para assegurar acesso global a medicamentos, vacinas e equipamento médico para enfrentar a Covid-19; Resposta unida contra ameaças globais à saúde: combatendo a Covid-19; e Resposta ampla e coordenada à pandemia da Covid-19.
De acordo com os autores, em análise da sessão que comemorou os 75 anos da ONU, faltaram ações corajosas. “O secretariado, buscando evitar enfrentamentos, assumiu posição oficialista, e temas centrais, como a pandemia da Covid-19, não tiveram fórum privilegiado de discussão, o que enfraqueceu ainda mais a liderança multilateral e deixou o mundo e, principalmente, aqueles vulnerabilizados, ao sabor dos ventos e de líderes políticos nacionais”, afirmaram.
Foram realizadas também sessões sobre clima e biodiversidade e, para os pesquisadores, a inclusão da pauta nas sessões é bastante oportuna. “Seguramente as mudanças climáticas em curso vem tendo implicações diretas e intensas sobre a biodiversidade e, ambas, sobre a emergência de novas enfermidades”, pontuaram.