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 NOTÍCIAS 

A história e as histórias do Simbravisa

Vilma Reis com informações da RADIS

De 2002 a 2013, conheça a história e as histórias das 6 edições do Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária da Abrasco.

1º Simbravisa, 2002, São Paulo

Um ano após a criação do Grupo temático Vigilância Sanitária da Abrasco, em agosto de 2001, foi realizado o 1º Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária, desde cedo batizado como Simbravisa. A primeira edição aconteceu de 2 a 4 de dezembro de 2002, em São Paulo, e debateu ‘A proteção da vida’. A presidente deste primeiro simpósio foi Sueli Gandolfi Dallari, advogada, com pós-doutorado em direito médico e em saúde pública.

Na abertura do evento, Sueli lembrou aos ‘simposiastas’ (termo criado por ela para se referir aos participantes do 1º Simbravisa), — Estamos felizes por várias razões: por celebrarmos juntos o 1º Dia Nacional da Vigilância Sanitária (30 de novembro), que foi instituído na I Conferência Nacional de Vigilância Sanitária (I Conavisa) e se tornou um marco para esse campo do conhecimento e dessa prática de saúde; pelo vigor demonstrado pelos profissionais e centros de pesquisa de todo o Brasil, que mandaram trabalhos que mostram uma integração harmônica entre a academia e os serviços e se empenharam muito para a realização deste evento; e, principalmente por perceber que os temas escolhidos para as conferências e mesas redondas correspondem exatamente àqueles que representam a demanda tecno-científica do setor.

No 1º Simbravisa estiveram presentes os conferencistas Gianni Tognoni, que veio da Itália para falar sobre a regulação Sanitária no mundo contemporâneo, Dalmo de Abreu Dallari, que tratou principalmente da questão da ética em Vigilância Sanitária, e Renato Lieber, cujo assunto foi precaução em saúde. Nas mesas redondas foram discutidos o desafio da integração das Vigilâncias no Brasil, o conhecimento e a formação em Vigilância Sanitária e os processos produtivos e riscos em saúde. — O mais importante foi a articulação entre o saber e o fazer. Para os trabalhadores de Visa, das três instâncias do sistema de saúde, o Simpósio trouxe a oportunidade de um proveitoso diálogo com a linguagem da ciência. Para dar conta da totalidade do tema principal do Simpósio — o saber e o fazer na proteção da vida —, foram selecionados 378 trabalhos, dos quais 48 foram apresentados em comunicações coordenadas e 330 em pôsteres.

2º Simbravisa, 2004, Caldas Novas

O segundo Simbravisa aconteceu em Caldas Novas, Goiás, de 21 a 24 de novembro de 2004, junto com o I Simpósio Pan-Americano de Vigilância Sanitária. Sob o tema ‘Vigilância sanitária, consciência e vida’, o 2º Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária atraiu gente de todos os estados e de cinco países, para quatro conferências, nove mesas-redondas, 27 comunicações coordenadas, 24 painéis e 969 trabalhos, dos quais 844 apresentados em forma de poster e 125, oralmente.

A presidente do 2º Simbravisa, Vera Lúcia Pepe, lembrou no discurso de abertura que o tema ‘Vigilância sanitária: consciência e vida’, inspirado no pensador francês Edgar Morin, remete ‘ambivalência dos efeitos da ciência, que ‘não são simples nem para o melhor nem para o pior’. O desenvolvimento da ciência e da técnica, para Morin, não provoca apenas processos emancipatórios, mas também novos processos de manipulação do homem pelo homem, o que levanta a questão do necessário controle político e ético sobre as atividades científicas, ‘nos remete a responsabilidade de investigar perante a sociedade quando se trata de ciência e de seus efeitos’. No encerramento de seu discurso, Vera disse que a vigilância sanitária deve ser o fiel da balança na complexa relação entre produção e consumo. E que essa é uma área séria demais para ser deixada nas mãos do estado regulador’.

3º Simbravisa, 2006, Florianópolis

Florianópolis recebeu a terceira edição do Simbravisa. Sob o tema ‘Vigilância Sanitária, Risco e Desigualdade: quem se importa?’ o GT Visa organizou de 26 a 29 de novembro de 2006, um 3º Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária que priorizou as reflexões e o diálogo construtivo entre pesquisadores, profissionais, docentes e discentes interessados e atuantes na área de vigilância sanitária e afins. Para a terceira edição do simpósio, cerca de 2.000 participantes, vieram de diferentes regiões do Brasil.

Atrasos e cancelamentos de voos impediram que parte dos participantes chegasse a tempo para a cerimônia de abertura, na noite de 26 de novembro, que começou uma hora depois do previsto. O transtorno nos aeroportos do país não impediu, contudo, que o encontro fosse marcado pela defesa do fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e por discussões sobre as fronteiras da Vigilância Sanitária.

Preocupada em fomentar a produção de conhecimento baseado na prática de VISA, a Abrasco desenvolveu novo modelo de apresentação de trabalhos no 3º Simbravisa. “Pensamos que deveríamos valorizar o participante, dando a ele status de cientista”, explicou Diana Carmem de Almeida, presidente do simpósio. Em vez da savana de pôsteres, os participantes encontraram 1.192 trabalhos organizados em 18 ilhas temáticas. Distribuídas ao redor do estande da Vigilância Sanitária de Santa Catarina no espaço para exposições do CentroSul, cada uma recebeu uma faixa de identificação e um poema. Os organizadores ainda destinaram uma hora — entre 15h30 e 16h30 — de dois dias da programação a um “Café com Pôster”, de modo a incentivar a visitação. E conseguiram: o movimento foi intenso. A grande novidade foram as Discussões Temáticas (DTs), nas quais os autores dos trabalhos podiam apresentá-los. “A intenção não era só organizar os pôsteres, mas sistematizar a produção e propiciar uma reflexão coletiva sobre eles”, disse Diana. Num balanço final do 3º Simbravisa, a coordenadora da comissão de organização, Raquel Ribeiro Bittencourt, afirmou que a terceira edição do simpósio consolidou o evento como um espaço de reflexão da Vigilância Sanitária.

4º Simbravisa, 2008, Fortaleza

Os 20 anos de promulgação da Constituição de 1988 pautaram as discussões do 4º Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária, em novembro de 2008, em Fortaleza. O evento debateu avanços e desafios do setor a partir de 1988, entre os quais se destacou uma preocupação geral: a necessidade de maior presença de um Estado regulador, integrando a vigilância sanitária à afirmação de valores éticos e solidários.
A solenidade inaugural reuniu 2,5 mil pessoas no auditório principal do Centro de Convenções Edson Queiroz. Apesar de uma hora de atraso, os participantes aplaudiram com entusiasmo a execução do Hino Nacional por sanfoneiros, que prestaram homenagem ao poeta cearense Patativa do Assaré (1909-2002). O toque nordestino inspirou a fala da presidente do 4º Simbravisa, a médica Ana Maria Figueiredo, que ressaltou, na mesa de abertura, a importância de o simpósio ser realizado na região.

Coordenadora do GT VISA, ela assinalou que a associação do Simbravisa aos 20 anos da Constituição reafirmava “o compromisso de se formalizarem práticas de promoção e proteção da saúde, em que a vigilância sanitária se enquadra”, e defendeu que o setor “permaneça na saúde pública”. Outros desafios na visão de Ana Maria: “Como regular sob a égide de um Estado que não regula? Como conviver com leis que pegam e outras que não pegam?”, resumiu ela antiga preocupação dos profissionais de VISA. Também é difícil conviver com a “singularidade da formação social do brasileiro”, que ilustrou com frase de Machado de Assis (1839-1908): “Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei”. Ana Maria defendeu a vigilância sanitária como campo transdiciplinar para a proteção da população, e não das mercadorias: “A qualidade de produtos e serviços deve ser dirigida às pessoas”. Presidente de Honra do 4º Simbravisa, o médico Manoel Dias da Fonseca Neto assinalou que a retrospectiva da vigilância sanitária nos 20 anos da Constituição deveria incluir os problemas ambientais relacionados ao alargamento das fronteiras, bem como o papel da comunicação, que oscila entre “permitida e permissiva”. Manoel Dias defendeu ainda a necessidade da convocação da conferência nacional de vigilância sanitária.

A conferência de abertura do 4º Simbravisa foi proferida pela farmacêutica-bioquímica Maria Cecília Martins Brito, diretora da Anvisa. Ela elegeu, como desafio do simpósio, o debate sobre a relação das grandes conquistas da saúde pública e as da própria VISA a partir de 1988 e defendeu a transformação da vigilância sanitária “em instrumento de cidadania”.

5º Simbravisa, 2010, Belém

No calor paraense de 13 a 17 de novembro de 2010, aconteceu o 5º Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária, em Belém. Com o tema Vigilância Sanitária no Século XXI: compromisso com a saúde, o 5º Simbravisa trouxe para o debate os desafios da contemporaneidade, face às necessidades de proteção e promoção da saúde no mundo atual.

A solenidade de abertura do 5º Simbravisa reuniu mais de 1500 simposiastas no Grande Auditório do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A presidente do evento e coordenadora do GT de Vigilância Sanitária, Ediná Costa, lembrou que a realização do 5º Simbravisa em Belém cumpre a promessa de levar o Simpósio a todas as regiões do país e ao final da sua fala enfatizou “a importância da Reforma Sanitária e sua defesa da vida e da saúde iguais para todos”, concluiu. Ruth Cardoso, da Secretaria de Estado de Saúde do Pará, afirmou que todos os esforços feitos para viabilizar o evento já se revelam frutíferos. “Teremos 78 dos 143 municípios do Pará representados, contribuindo com ideias e conhecimento”, celebrou. Dirceu Raposo de Mello, Presidente da ANVISA, aproveitou a oportunidade para agradecer à comunidade da Vigilância Sanitária. “Estou encerrando meu segundo mandato e foi um período de intenso aprendizado”, afirmou. Em seguida o presidente da Abrasco, Luiz Augusto Facchini, declarou oficialmente aberto o 5º Simbravisa e proferiu a conferência “Desafios para a Saúde Coletiva no Século XXI”

6º Simbravisa, 2013, Porto Alegre

O 6º Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária aconteceu junto ao II Simpósio Pan-americano de Vigilância Sanitária, de 27 a 30 de outubro de 2013, em Porto Alegre para debater, com colegas de todo o país e dos países das Américas, as questões da atualidade que desafiam a vigilância sanitária. Os debates se organizam em torno do tema ‘Vigilância Sanitária, Desenvolvimento e Inclusão: dilemas da regulação e da proteção à saúde’.
O Simbravisa daquele ano contou com quase 2 mil participantes. Mais de 1.300 participantes presentes, 882 trabalhos aceitos, 37 discussões temáticas, nove comunicações coordenadas, quatro conferências, três grandes encontros e 33 painéis. A mesa de encerramento foi composta por Geraldo Lucchese, pelas presidentes dos comitês científico e organizador, Lenice Reis e Edna Covem, respectivamente, por Sirlei Famer, chefe da divisão da Vigilância Sanitária do estado do Rio Grande do Sul e por Luis Augusto Facchini, membro do Conselho Diretor da Abrasco. Entre os agradecimentos, foram lembrados os patrocinadores como a Anvisa, o governo do estado, a Secretaria Executiva da Abrasco e aos membros do GT Visa. “Esse foi um evento feito a muitas mãos, desejo ao próximo presidente da comissão científica a mesma sorte que tive”, disse Lenice .

 

 

 

 

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