“A equação é simples: basta olhar para sociedade com olhos de quem quer promover justiça. Se a população negra é, entre os pobres, a mais pobre, veremos na pobreza um grande fator do adoecimento. Não é biológico, ou próprio do corpo negro”, afirmou Matilde Ribeiro, primeira Ministra-Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, durante seminário promovido pela Abrasco, em 8 de julho.
Matilde, que é professora da Universidade da Integração Nacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), participou do evento Saúde do trabalhador e da trabalhadora como Direito Humano: novos modelos de atenção partindo de novos atores e princípios da solidariedade: “Se a desigualdade é gritante no Brasil, concluímos que a população negra adoece por consequência da pobreza gritante e de ausência de políticas públicas específicas”.
Já Anatalina Lourenço, coordenadora da Secretaria de Combate ao Racismo da Central Unificada de Trabalhadores (CUT), pondera que o SUS é essencial para garantir o direito à saúde, mas é uma instituição do Estado brasileiro, logo, também tem características racistas. “Não dá para pensar na saúde como direito humano sem relacionar com o racismo”.
O seminário foi mais um preparatória para o 2º Simpósio Brasileiro de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – Simbrastt, e também contou com a presença de Michela Calaça, da Direção Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas/ Via Campesina. A coordenação foi de Mônica Angelim (UFBA) e Fátima Rangel (Ensp).
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