O segundo dia de pré-congresso do Abrascão 2015 se encerrou com mais de 40 oficinas, cursos, palestras, reuniões, mesas-redondas e simpósios realizados dos mais variados temas e as áreas da saúde, organizados e promovidos pelos Grupos de Temáticos, Comissões e Fóruns da Abrasco. Em todas elas, o direito à informação, a construção do pensamento crítico, a troca de conhecimentos e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde foram os protagonistas.
Como a maioria das atividades foram autofinanciadas pelos proponentes e contaram com a participação maciça dos congressistas, a proposta de construção coletiva do Congresso foi considerada eficaz. “A Abrasco mais uma vez está de parabéns pelo Abrascão 2015. Existem várias matrizes diferentes de pesquisa, democratizando o congresso, o que favorece boas discussões. O público presente está debatendo e isso nos enche de orgulho”, afirmou Wildo Navegantes de Araújo, coordenador do curso de Análise de Dados Secundários, proposto pela Comissão de Epidemiologia da Abrasco
“A nossa ideia de curso é promover a interação e integração entre trabalhadores do sistema de saúde e pesquisadores que atuam com o acesso ao sistema de informação, na perspectiva de instrumentalizá-los para a utilização do sistema e favorecer a melhoria dele”, completou Wildo, que também é professor da Universidade de Brasília (UnB) e membro da Comissão Científica do Congresso.
Com uma abordagem interdisciplinar dos campos da saúde pública, das relações internacionais e da bioética, a oficina de Cooperação Internacional em Saúde: A Estratégia do Círculo de Fogo, proposta pelo o Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (NETHIS/Fiocruz) apontou a importância de se discutir o conceito de saúde, para o indivíduo, sociedade e o meio ambiente.
“A relação de cooperação internacional tem um discurso bonito, mas na prática beneficia apenas países com índices de desenvolvimento mais altos. A relação socioambiental é colocada de lado e a ideia de tornar esse assunto de interesse público é muito restrita, devemos promover a reformulação do modo de cooperação internacional que acentua a desigualdade social” explicou José Paranaguá, Coordenador do NETHIS/Fiocruz
O tema da comunicação, internet e saúde também esteve presente nas oficinas. O professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação do Programa de Informação e Comunicação em Saúde da Fundação Osvaldo Cruz, André Pereira Neto, coordenou o curso Internet & Saúde e elencou a necessidade da comunidade acadêmica de Saúde Coletiva colocar o tema da internet de vez na agenda.
“Sou associado e fui a quase todos os congressos da Abrasco, nos últimos anos venho apontando a influência da internet na saúde das pessoas e insisto para que esse tema entre na agenda do mundo acadêmico da Saúde Coletiva, internet é o assunto do século de XXI! Esse curso ministrado é um passo importante para consolidarmos o tema no cronograma da Abrasco”, enfatizou o professor.