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Abrascão é cultura e produção de conhecimento: Saiba como foi pensada a programação cultural do congresso

Letícia Maçulo

A programação cultural do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2022) refletiu os temas escolhidos para edição: diversidade, equidade e justiça social. Ao longo do evento, atividades se somaram à programação científica do Congresso para garantir aos congressistas apresentações que refletiram os temas do congresso ao trazer artistas e apresentações de diferentes regiões do país ao mesmo tempo em que valorizou artistas locais. 

Além das apresentações, que marcaram os grandes debates, uma das modalidades dos trabalhos deu o tom de como seria o congresso: a modalidade Outras Linguagens, que aconteceu no Cine Teatro, reuniu diversos atores da Saúde Coletiva apresentando sua produção de forma não-convencional, saindo da organização padrão de apresentação de trabalhos.

Para Bruno Guimarães, integrante da Comissão Organizadora e Comissão Cultural do congresso, esta edição trouxe o diferencial de construir espaços de discussão que fossem múltiplos e que envolvessem diferentes atores de diferentes lugares, com diferentes olhares. “A programação tinha gestores, trabalhadores, pesquisadores, referências, pessoas da comunidade, representantes do controle social. Isso mostra a perspectiva multicultural do Abrascão.”

O Espaço Abrasco em Movimento, iniciativa inédita para o Abrascão 2022, colocou em perspectiva novas e outras formas de coprodução de conhecimento ao trazer movimentos sociais e academia para um espaço de escuta ativa e formulação de propostas. 
As instalações ocuparam Centro de Convenções de Salvador mostrando que saúde coletiva e arte caminham juntas. Nos corredores do Congresso também era possível conferir a Mostra Covid, exposição de fotos, experiências sensoriais e divulgação de informações sobre a Covid-19.

A abertura do evento, foi em alto e bom som: com show de Lazzo Matumbi e Ayace, saudando o Dia Nacional da Consciência Negra e entoando o Hino do 2 de julho – que rememora a vitória do povo contra os invasores portugueses na Bahia, em 1823. Para Bruno, os músicos foram escolhidos para marcar o dia e fortalecer o debate sobre historicidade, ancestralidade e questão racial. “Conseguimos chegar aqui, movidos pela força agregadora do trabalho coletivo”, discursou Isabela Cardoso, presidente do Congresso, para as cerca de quatro mil pessoas presentes no auditório Lélia Gonzalez. “A mesma força que resistiu à escalada da extrema direita, lutou contra o negacionismo e a necropolitica que ceifou a vida de mais de 680 mil brasileiros e brasileiras, organizou a resistência ao fascismo e permitiu que nós abríssemos esse Congresso com a alma em festa”. Confira aqui a cobertura da abertura.

Para a Comissão Cultural do Abrascão, a programação musical foi pensada para refletir a experiênca de estar na Bahia, trazendo atores e atrizes do cenário cultural baiano para fortalecer essa sensação. No dia 21, uma orquestra de violões oferecida pela escola de música da UFBA e a apresentação do Madrigal da UFBA marcaram o fim do Grande Debate. No dia 22, os congressistas assistiram ao Toré, manifestação indígena, antes do Grande Debate sobre diversidade e democracia.

No dia 23, a orquestra Neojibá encerrou as atividades para o dia. E, no dia 24, a Yaya Muxima, banda de Samba e Reggae composta por mulheres, marcou o encerramento do Congresso ao som potente e revitalizante dos tambores. Todos os debates foram transmitidos ao vivo pela TV Abrasco, no Youtube,  e podem ser conferidos na Playlist oficial do Congresso. Acesse aqui.

Confira a cobertura fotográfica do evento em nosso Flickr

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