Com o título “Brasil, um país entre o confinamento e a provocação“, o canal internacional France 24 abordou o cenário da pandemia do novo coronavírus no país e ouviu Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco para uma leitura sanitária e política da resposta nacional. A matéria entrou na programação jornalística internacional da emissora, no quadro Cap Americas, veiculado na França e em demais países francófonos espalhados no globo, no qual é destacado o alerta da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre os efeitos da pandemia no continente, que levará a um aumento da fome e pobreza.
A matéria parte das ações de contenção, sistematicamente desqualificadas pela Presidência da República, e que gerou manifestações e aglomerações dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, visita o cotidiano de uma clínica popular na Rocinha, maior favela da cidade do Rio de Janeiro e uma das maiores do páis, e destaca a disparada da mortalidade da pandemia no país , que já ultrapassa cinco mil óbitos. A presidente da Abrasco e epidemiologista Gulnar Azevedo avalia a movimentação no cenário político e fala sobre as conseqüências da pandemia para as populações mais vulneráveis. “Nossa grande preocupação é o agravamento da pandemia nas populações que vivem nas favelas, pois não estão tendo o devido suporte das políticas sociais, além das dificuldades de acesso à água e de condições para fazerem o devido isolamento social” disse Gulnar.
A repórter Fanny Lothaire ainda esteve nas cidades de Guaiaquil , no Equador, classificada pela France 24 como uma “cidade morta”, dado o impacto da pandemia e pelas cenas que correram o mundo, com corpos expostos nas ruas; e no México, onde destaca que cidades com maioria de população indígena tentam levantar barreiras sanitárias por conta própria. A produção do Cap Ameriques é de Louise Raulais e Laura Damase, com os correspondentes Laurence Cuvillier e Matthieu Comin. Clique e confira a publicação original e assista à reportagem abaixo:
Abrasco no Le Monde: A Abrasco também tem participado de matérias do diário francês Le Monde, por meio de entrevistas feitas pelo correspondente Bruno Meyerfeld. Gulnar Azevedo destacou a preocupação das comunidades médica e científica na queda de braço entre o então ministro Luiz Henrique Mandetta e o presidente da República Jair Bolsonaro. “Precisamos absolutamente de uma junta nacional para coordenar os esforços locais e distribuir os materiais!” advertiu ela na matéria “Em meio a uma pandemia, Jair Bolsonaro demitiu seu Ministro da Saúde“, atualizada em 17 de abril.