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País segue no escuro passado mais de um mês de falhas nos sistemas de informação

Bruno C. Dias

Há um mês o país navega no escuro no contexto da pandemia e, diante de uma nova onda liderada pela variante ômicrom, o Ministério da Saúde segue alheio às necessidades de informações para uma efetiva resposta à crise sanitária. Esse cenário é reportado na matéria “Um mês após ataque hacker, Saúde sofre de falta de dados e de transparência”, que repercutiu a posição da Abrasco e contou com declarações de nossos associados, e que teve repercussões em demais veículos de comunicação.

O primeiro de uma nova onda de ataque ocorreu na sexta-feira 10 de dezembro de 2021, deixando fora do ar o sistema do ConecteSUS e nas plataformas do Programa Nacional de Imunização (PNI). A Abrasco se posicionou com a Nota Técnica: o ataque à infraestrutura de informação do Ministério da Saúde, na qual destacou a necessidade “imprescindível de que o Ministério tenha uma política de governança da informação em saúde que preveja acesso a equipamentos, infraestrutura e pessoal e […] um canal de difusão transparente e robusto com a sociedade de forma que as falhas de comunicação vistas nesse (s) ataque (s), em particular, não se repitam”.

Passados um mês do acontecimento, impactos ainda são sentidos. A luz das movimentações que o Executivo adotou por conta da vacinação de crianças de 5 a 11 anos, tal paralisia só reforça a existência de um projeto contrário a uma boa resposta em Saúde Pública à pandemia, como comenta na reportagem do UOL Ilara Hammerli de Moraes, integrante do Grupo Temático Informação em Saúde e Populações (GTISP) e pesquisadora da ENSP/Fiocruz.

“É importante dizer que não é só incompetência. Seria o mais fácil e óbvio de falar, mas não é possível dizer isso após 30 dias sem as plataformas. A incompetência encobre processos mais sérios. A quem interessa uma situação como essas, de opacidade de dados? Primeira hipótese: não tem interesse em saber o tamanho da pandemia no Brasil hoje, ainda mais com o turbilhão da ômicron. [Existe] Uma finalidade política de jogar sombra no que está ocorrendo no país. Trabalho com a hipótese de que há uma intencionalidade”.

A abrasquiana ressaltou também que os ataques causam ampla consternação social e são cobrados pela sociedade, a qual o Ministério da Saúde parece seguir ignorando em sua capacidade técnica.

“Se eles quisessem resolver, temos universidades com imensas capacidades que poderiam ter colaborado em um esforço coletivo, mas não elas não estão sendo chamadas. Para mim, isso é mais uma evidência do desmonte da estrutura do estado, das tecnologias de informações que podem desvendar a situação do país”. Leia a matéria na íntegra, publicada também no portal da revista Carta Capita, no site O Antagonista e no site da TV Cultura.

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