A Abrasco passou a integrar o Grupo de Trabalho de Saúde Quilombola ‘Graça Epifânio’ (GTESQ) do Ministério da Saúde. A Entidade será representada pela vice-presidente e coordenadora do GT Racismo e Saúde, a pesquisadora Diana Anunciação, e pela professora e vice-diretora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) e também integrante do GT Racismo e Saúde da Abrasco, Joilda Nery. A cerimônia de posse acontecerá durante o 1° Seminário Nacional de Saúde Quilombola, que será realizado de 15 a 17 de agosto de 2025, no Instituto Federal do Maranhão (IFMA), em Alcântara (MA).
Instituído em 28 de novembro de 2024, através da Portaria GM/MS nº 5.794, o GTESQ tem caráter consultivo e possui a finalidade de contribuir para a produção de informações, formulação, implementação, monitoramento e avaliação de ações, programas e políticas voltadas à saúde da população quilombola, num esforço para garantir a participação social em todo o ciclo da política pública.
Entre as atribuições do GTESQ também está “fomentar a integração entre saberes populares da medicina ancestral e tradicional quilombola, com os saberes técnico-científicos relacionados ao tema da saúde quilombola, através da educação popular em saúde”.
Diana Anunciação destaca a importância e a função do GTESQ para a saúde dessas populações. “O GT representa um espaço estratégico para a valorização dos saberes tradicionais e das práticas comunitárias de cuidado, reconhecendo a saúde como um fenômeno que envolve o corpo, o território, a espiritualidade e a ancestralidade”, declarou.
A vice-presidente da Abrasco também indica a importância da Associação integrar o GTESQ. “Ao participar desse GT, a Abrasco poderá contribuir para dar visibilidade e legitimidade às demandas quilombolas, fortalecendo a capacidade de incidência política do coletivo e criando pontes com o Sistema Único de Saúde (SUS), Universidades, Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde e gestores/as públicos”, explicou.
Para Joilda Nery, que também representará a Abrasco, a entidade pode contribuir com elementos e ações na implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Quilombola (PNASQ). “Nós da Saúde Coletiva temos a possibilidade de reforçar com evidências no âmbito da pesquisa e da atuação política os pilares e elementos necessários para implementação da PNASQ, haja vista que a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) não consegue abarcar todas as especificidades de todos os povos e comunidades tradicionais”, detalhou.
Os trabalhos do GTESQ serão inaugurados durante o 1° Seminário Nacional de Saúde Quilombola, que contará com a participação das pesquisadoras da Abrasco. Os debates, contribuições e reflexões que surgirem durante os painéis, mesas e grupos de discussão serão sistematizados num documento, a Carta de Alcântara.
Confira a programação:
