Em meio a diminuição de casos de Covid-19 e discussões sobre fim de uso de máscaras no Brasil, sobram perguntas sobre o presente e o futuro da situação sanitária no país e no mundo. Nos últimos dias, pesquisadoras da Abrasco conversaram com veículos de imprensa sobre a pandemia e a possível “endemização” do vírus.
Ao portal “Futuro da Saúde”, a epidemiologista Ana Brito falou sobre o que tem sido chamado de “lua de mel”, que é a diminuição de infecções e óbitos por Covid-19, como está acontecendo neste momento pós-ômicron. Para ela, não se deve diminuir os cuidados, já que ainda há riscos de um novo pico: “Este é momento de estabilidade e de redução de ocupação de leitos de UTI, que pode continuar por dois ou três meses. Eu creio que estamos começando a experimentar uma redução da transmissão comunitária da Covid, mas é precoce [declarar endemia]”, afirmou.
“A transmissão da Covid é aguda. Você precisa ter uma condição de permanência de bolsões de pessoas onde ocorra transmissão ativa. Uma vez que vacinarmos toda a população mundial, nós vamos interromper a transmissão. Esse seria o cenário ideal. Mas nós temos populações em países com menos de 30% vacinados. Enquanto não distribuirmos vacinas de forma equânime, nós vamos conviver com novas variantes”, disse Brito, pesquisadora da Abrasco e da Fiocruz. Leia o texto completo.
Sobre novas variantes, Ligia Kerr, vice-presidente da Abrasco e professora da UFC, conversou com Carlos Madero, do UOL, e pontuou a preocupação da comunidade científica com a BA.2, que parece ainda mais infecciosa que a ômicron: “Isso deve servir de alerta para o Brasil. Para mim, nós seremos a Europa amanhã”. Leia mais.
Kerr também deu entrevista ao G1, corroborando com o posicionamento de que ainda é cedo para chamar de endemia: “Entramos num período de declínio dos casos, mas que significa que provavelmente estamos entrando em um período de calmaria, ou seja, o coronavírus foi contido neste período, mas é arriscado dizer que a pandemia chegou ao fim”.