Nos últimos dias, quando muitos municípios afrouxaram as regras do distanciamento social, diversos pesquisadores associados à Abrasco participaram ativamente da divulgação do Plano Nacional de Enfrentamento à Covid-19, concedendo entrevistas nas quais esclareceram dúvidas e apontaram diretrizes alternativas para uma melhor resposta à situação da pandemia no país.
“A ideia e iniciativa de organização desse Plano pela Abrasco com outras entidades da área de saúde e do Conselho Nacional de Saúde vem da situação que estamos enfrentando, com uma pandemia gravíssima e uma crise muito complexa” disse Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco em entrevista à rádio CBN. “Consideramos que precisamos nos mobilizar, para junto com toda a sociedade, pressionar que o governo cumpra o seu papel da pandemia, articulando o nível federal, estados e municípios para o enfrentamento dessa grave crise sanitária” ressaltou Gulnar.
A presidente da Abrasco foi taxativa na conversa com a jornalista Fernanda Queiroz sobre a necessidade deste instrumento servir como um marco com recomendações seguras sobre as regras de distanciamento físico e isolamento dos casos em curso. “Acompanhando os dados, o que a gente percebe é que o Brasil tem várias epidemias [do mesmo vírus]. A interiorização que estamos vendo é muito grave. A gente tem de ter uma forma articulada para que os municípios do interior tenham condições para atender os casos que vão evoluir mal. Essa situação de integração é fundamental neste plano”.
Análise complexa, ação coordenada:
Em entrevista ao canal TVT, Naomar de Almeida Filho, vice-presidente da Abrasco e coordenador científico do Plano afirmou ser necessário ao país uma perspectiva mais integrada para o enfrentamento à pandemia. “Nós somos, infelizmente, o exemplo do país que aplica a abordagem fragmentária, com os piores resultados possíveis. A situação brasileira é séria, trágica, e justifica essa iniciativa do Plano” explicou Naomar.
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O abrasquiano falou também à Comunicação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) destacando o papel do Plano como um mobilizador para os desafios do Sistema Único de Saúde e a importância da participação e do controle social no enfrentamento à pandemia.
“A gente sabe que a prioridade política na conjuntura do país não é a democracia. Pelo contrário, a democracia está sob ataque. Então, está muito claro que o Plano Nacional de Enfrentamento à Covid-19 tem uma mensagem forte de recuperar o controle do sistema de saúde pela população, basicamente pelos usuários e pelos profissionais de saúde” disse Naomar em entrevista à jornalista Viviane Tavares, da Revista da Poli – confira a entrevista completa na Revista Poli: Saúde, Educação, Trabalho, número 71, páginas 14 – 17.
Sobre o Plano Nacional de Enfrentamento à Covid-19: Iniciativa que contou com a participação direta de 11 entidades e com o endosso de mais de 50 organizações, o Plano foi lançado no último dia 3 de julho e demonstra a força da ciência e dos movimentos sociais na tentativa de sanar a grave crise sanitária em que vivemos. O documento traz recomendações às autoridades políticas e sanitárias, aos gestores e à sociedade brasileira em geral, mostrando possibilidades de ações efetivas à pandemia do novo coronavírus diferentes das atualmente tomadas, sem respaldo científico.
Veja também a coberturas de outros veículos, como Correio Braziliense, Rede Brasil Atual, Brasil de Fato, Fundação Perseu Abramo, Jornal GGN e Vi o Mundo .