Em diálogo com todo o setor saúde, a Abrasco foi ouvida a respeito do debate nacional sobre a PEC do teto dos gastos públicos (PEC 241/55) pelo site da MV Soluções, empresa desenvolvedora de sistemas de gestão de saúde. A matéria “Como a PEC 55 pode afetar a Saúde pública e privada no Brasil” cita as notas divulgadas pela Associação e entrevistou Nilton Pereira Jr., professor de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e vice-presidente da Abrasco.
Segundo Nilton, o impacto do teto dos gastos imposto pelo governo Michel Temer vai culminar na redução dos serviços. “Congelar conforme a inflação não é um congelamento, é uma retração de investimentos. A inflação na Saúde geralmente é três vezes maior do que nas outras áreas, por causa dos preços dos equipamentos. Quando se congelam as despesas, congela-se a receita, mas mais pessoas ficam doentes, mais pessoas envelhecem, e o gasto vai aumentar. Se a receita não aumenta, alguma coisa vai ter que ser feita para manter o equilíbrio, caso contrário, vão se reduzir os serviços. Vários hospitais e secretarias de Saúde estão diminuindo serviços, oferecendo menos exames porque sabem que receita vai ser menor do que a demanda”, destacou o docente à reportagem.
Ele ressaltou que os gastos em Saúde não podem ser postos no papel de “vilão” no discurso da austeridade propalado pelo governo federal. “Nos últimos dez anos, a média de investimentos em Saúde comparado ao Produto Interno Bruto (PIB) se manteve. O orçamento federal ficou entre 1,5 e 1,7 ponto percentual do PIB nesse período, não saiu dessa faixa. Se acrescentarmos os recursos municipais e estaduais, chegou a 3,4 ponto percentual do PIB”. A matéria repercutiu também a opinião de André Medici, economista do Banco Mundial. Confira aqui a matéria na íntegra.