A Abrasco participou nestas terça (18) e quarta-feira (19), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília (DF), da reunião preliminar de discussão e elaboração do Plano de Ação de Clima e Saúde da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, que acontecerá este ano no Brasil, em Belém, capital do Pará. A Associação ainda representou a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública – The World Federation of Public Health Associations – (WFPHA).
O evento, organizado pelo Ministério da Saúde, foi o primeiro passo na elaboração do Plano de Ação de Clima e Saúde de Belém e reuniu autoridades, pesquisadores, profissionais da saúde e representantes da sociedade civil. O documento vai sistematizar medidas de adaptação às mudanças climáticas para o setor de saúde. No total, foram seis sessões temáticas, duas na terça-feira (18) e outras quatro na quarta-feira (19). Os encontros contemplaram: equidade em saúde; lacunas em políticas de adaptação para o setor; financiamento para iniciativas climáticas; além das trocas de experiência.
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O presidente da Abrasco, Rômulo Paes de Sousa, que representou a Associação e a WFPHA, participou da segunda sessão temática, no primeiro dia do evento, “Mudanças climáticas e equidade: um plano inclusivo para o setor saúde”. O objetivo do debate era abordar estratégias, no âmbito do setor saúde, para garantir políticas de adaptação inclusivas, que levem em consideração os impactos desproporcionais das mudanças climáticas em populações vulneráveis.
Rômulo Paes iniciou sua fala destacando que a WFPHA representa mais de 110 países no mundo, mais de 5 milhões de profissionais do campo e reconhece que as mudanças climáticas estão conduzindo o planeta para uma crise ambiental, que afetará mais gravemente populações vulneráveis, como os povos indígenas. O pesquisador destacou a necessidade de preparar os sistemas de saúde para lidar com os impactos das emergências climáticas.
“As mudanças climáticas impactam todos os estágios da vida e produzem efeitos diretos e indiretos que interferem na saúde. Dessa maneira, num contexto volátil, incerto, complexo e ambíguo, é preciso ter alternativas para lidar com a inovação antecipatória, construir sistemas públicos bem posicionados, com governança, mecanismos flexíveis e adaptativos para cobrir demandas emergentes e urgentes em larga escala”, detalhou.
O presidente da Abrasco abordou ainda que o caminho para a redução das desigualdades em saúde nos países em desenvolvimento precisa incluir, através de políticas públicas, uma melhora nas condições de vida da população e a exclusão de barreiras de acesso aos sistemas de saúde.
Além disso, de acordo com Rômulo Paes, para que profissionais de saúde melhorem a promoção, prevenção e a assistência em saúde, é importante que existam condições adequadas de trabalho, treinamentos que contemplem a abordagem adequada do profissional diante das iniquidades, abordagem multiprofissional e integração de dados e registros para uma resposta pública precisa e bem embasada.
A sessão temática contou ainda com a participação da diretora do Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), Andrea Coutinho; da diretora da iniciativa Lancet Countdown on Health and Climate Change, Marina Romanello; e a conselheira dos grupos Vulnerable 20 (V20) e Climate Vulnerable Forum (CVF), Sara Ahmed. O chefe da Unidade de Mudanças Climáticas e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS, Daniel Buss, foi o responsável por mediar a conversa.
Sobre a COP30
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, acontecerá em Belém, capital do Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. A Conferência é o encontro global anual em que líderes, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima.
Principais temas da COP30:
- redução de emissões de gases de efeito estufa;
- adaptação às mudanças climáticas;
- financiamento climático para países em desenvolvimento;
- tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono;
- preservação de florestas e biodiversidade;
- e justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas.