Um dos principais encontros internacionais de toda a área da Saúde terá presença da Abrasco numa de suas mesas centrais. A 15ª edição do Congresso Mundial de Saúde Pública – World Congress Public Health (WCPH2017), que será realizado entre 03 e 07 de abril, em Melbourne, na Austrália, contará com a participação de Luis Eugenio de Souza, atual coordenador do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (PPGSC/UFBA) e presidente da Abrasco entre 2012 e 2015.
Luis Eugenio participará de duas atividades. Na manhã da quinta-feira, 06 de abril, fará a comunicação “Achievements, challenges and threats to the Brazilian universal health system” na sessão plenária 4 – Ações para o fortalecimento da saúde dos povos. Ele debaterá com o sul-coreano Shin Young-soo, diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Oeste Pacífico; a mexicana Claudia Garcia-Moreno, especialista da OMS para saúde da mulher e direitos reprodutivos; e o alemão Rudiger Krech, especialista em Ética e Saúde Global da Global Health Workforce Alliance.
No mesmo dia, às 13 horas, debaterá com Sanghamitra Ghosh, secretário geral da Associação Indiana de Saúde Pública, e Laetitia Rispel, vice-presidente da Federação Mundial das Associações em Saúde Pública (World Federation of Public Health Associations – WFPHA, em inglês), e da Associação de Saúde Pública da África do Sul (PHASA) no painel Carta Mundial da Saúde Pública – implicações para a governança da força de trabalho no Brasil, na Índia e na África do Sul. Veja aqui a grade de atividades do dia e navegue pela programação do evento.
“A Abrasco é uma das maiores e mais importantes associações nacionais de saúde pública do mundo, seja pelo número de associados e de participantes em seus congressos, seja por sua influência política junto à população e ao poder público (nos três ramos do executivo, legislativo e judiciário). Assim, a presença da Abrasco no WCPH 2017 se atém, primeiramente, à sua responsabilidade em apoiar e fortalecer o movimento mundial da saúde pública, essencial em um contexto de globalização que tem negligenciado a atenção à saúde em suas iniciativas de políticas econômicas (comerciais, financeiras, etc).”
Em sua comunicação, o dirigente falará da centralidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e de demais sistemas universais a partir do atual cenário político brasileiro, que desde o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff vem rumando para um Estado de exceção, sofrendo perdas de direitos sociais e ameaças à própria sustentabilidade do SUS. “O WCPH 2017 será um espaço importante para essas denúncias. Não há dúvida de que a resistência ao golpe e às medidas políticas antissociais e anti-democráticas do governo Temer tem um componente fundamental na articulação internacional, visto que a falta de legitimidade externa pode contribuir para o fim desse governo”.
Para Luis Eugenio, o mundo inteiro tem muito interesse no SUS por se tratar de uma experiência com acertos e desafios em busca de construir a universalidade e a igualdade no âmbito da saúde em um país periférico com enormes desigualdades sociais como o Brasil. “Nos contatos que tenho com estrangeiros, as pessoas de diversas regiões demonstram interesse em conhecer a experiência de participação popular no SUS, de articulação federativa (envolvendo a União, os estados e os municípios), de integralidade da atenção, além de programas específicos como o de imunização, de controle da Aids, de Saúde Mental e o Estratégia de Saúde da Família (ESF). Estão ansiosos, diante da aprovação da Emenda Constitucional nº95 do teto dos gastos públicos, por informações e análises acerca do futuro do SUS”, completa o professor.
O WCPH 2017 é organizado pela WFPHA juntamente com as associações de saúde pública da Austrália e da Nova Zelândia. Com o tema Vozes, Visões e Ação, a organização convida todos aqueles que forem participar a contribuir com o painel de histórias e imagens da Saúde Pública mundial.
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