Como preparação para a Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, a Abrasco promoveu, nos meses de junho a julho, quatro lives com temas sobre financiamento da saúde, alocação de recursos, articulação de redes, carreira pública profissional do SUS e democracia e participação popular. As transmissões reuniram cerca de 18 pessoas, representando no total 16 instituições e entidades, entre elas o Conselho Nacional de Saúde (CNS), a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), a Rede Nacional de Médicas e Médicas Populares (RNMP), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), entre outros. Confira abaixo as quatro transmissões, com pequenos trechos de destaque:
Financiamento da saúde, alocação de recursos, e o objetivo do SUS 100% público
A primeira live foi realizada no dia 15/06. Nela, Iola Gurgel Andrade (FM/UFMG) lembra que os países que são entendidos como desenvolvidos são por causa do conceito de estado de bem-estar social, nível que o Brasil também conquistou com a saúde pública.
“O modelo de saúde que nós conquistamos em 1988 foi um modelo de proteção social, ao lado das políticas fundamentais de proteção que são a Previdência e a Assistência social. A grande vitória nessa constituição foi desenhar tudo isso chamando de Seguridade Social, porque isso nos vinculou a uma experiência história de outros países muito importantes: a de conquista de estados com políticas organizadas de bem-estar social. É política de cidadania”, disse Iola Gurgel.
Os expositores da mesa foram Carlos Ocké-Reis (ABrES); Érika Aragão (ISC/UFBA e ABrES) e Iola Gurgel Andrade (FM/UFMG), com coordenação de José Noronha (Brasil Amanhã/Fiocruz e Cebes).
Confira abaixo.
Serviços de Referência Territorial, Cuidado à Saúde e articulação de redes
“As principais experiências de enfrentamento da Covid reforçaram a dimensão da autoridade pública como autoridade democrática que defende o interesse coletivo e que trabalha todas as dimensões da saúde como um direito coletivo que é, em si, um fenômeno social”, afirmou Rodrigo Oliveira, secretário de saúde de Niterói e presidente do Cosems-RJ, durante a mesa.
Participaram da roda Nésio Fernandes (Conass); Lígia Giovanella (ENSP/Fiocruz e Rede APS/Abrasco); Túlio Franco (ISC/UFF e Rede Unida) e Claudia Travassos (Fiocruz e Cebes), sob coordenação de Rosana Onocko (FCM/Unicamp e Abrasco).
Veja a atividade do dia 29/06.
Gestão do Trabalho, provimento e carreira pública profissional do SUS
Na transmissão do dia 13/07, Maria Helena Machado, pesquisadora ENSP/Fiocruz, iniciou a conversa destacando como o SUS precisa ser entendido como um todo e, por isso, devemos também pensar nos profissionais.
“É preciso recomeçar e reativar o diálogo sobre a negociação do trabalho em prol de nossos trabalhadores do SUS, como a gestão do trabalho, a valorização e proteção dos trabalhadores de saúde, a desprecarização do trabalho na saúde, a redução da jornada e aumento salarial, fortalecimento da negociação sindical, a revisão da reforma trabalhista e a implementação da carreira única do SUS”, comentou Maria Helena Machado.
Os expositores foram Francisca Valda da Silva – Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn; Maria Helena Machado – Pesquisadora ENSP/Fiocruz; Rede Nacional de Médicas e Médicas Populares (RNMP); Confederação Nacional de Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS), com coordenação de Rosana Onocko-Campos – Presidente da Abrasco.
Confira.
Democracia e participação popular
“É muito importante lembrarmos que todas as formas de participação social só é possível porque nós vivemos numa democracia. A soberania é exercida pelo povo. Mas como se dá essa participação social de fato, como por exemplo com a dona Maria, empregada doméstica que sai 06h da manhã para trabalhar e chega em casa 18h da noite, muitas vezes duas ou três conduções para chegar em casa?”, questionou Ana Lúcia Paduello, mesa diretora do CNS e representante da Associação Superando o Lúpus.
A mesa teve como convidados Lúcia Souto (Presidente do Cebes); Juarez Guimarães (Docente da UFMG); Ana Lúcia Paduello (Mesa Diretora do CNS e representante da Associação Superando o Lúpus); Nara Baré (Representante da COIAB), sob coordenação de Elda Bussinger (Presidente da SBB).
Veja abaixo a live do dia 27/07.