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Abrasco realiza oficina para elaboração do primeiro Plano Diretor da área de Política, Planejamento e Gestão da Saúde

No dia 5 de agosto, foi realizada uma oficina para a construção do Plano Diretor de Política, Planejamento e Gestão da Saúde. A iniciativa da Comissão de Política, Planejamento e Gestão da Saúde da Abrasco conta com apoio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS). O encontro reuniu integrantes da comissão, gestores e pesquisadores da área, dando sequência a um processo coletivo e participativo de planejamento estratégico para os próximos anos da área. A atividade integrou a programação do pré-congresso do VIII Congresso Latino-Americano de Medicina Social e Saúde Coletiva (Alames – 2025) e foi realizada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O presidente da Abrasco, Rômulo Paes, destacou o papel estratégico da Associação na liderança do processo de elaboração do plano, ressaltando a importância de construir diretrizes coletivas para o fortalecimento das políticas públicas em saúde: “A construção de um Plano Diretor para a área da de Política, Planejamento e Gestão da Saúde é um marco para a Abrasco. Ao fomentar esse processo, reafirmamos nosso compromisso com o fortalecimento do SUS e com a produção de políticas públicas construídas a partir do diálogo entre diferentes saberes, territórios e experiências. É também uma forma de planejar nosso papel político e técnico de forma estratégica, olhando para os desafios do presente e do futuro.”, afirma.

Durante a manhã, os participantes envolveram-se em uma discussão geral e troca de informes sobre o andamento dos trabalhos. Já no período da tarde, as atividades foram organizadas em grupos focados nos quatro eixos do Plano Diretor: ensino e formação em PPGS; pesquisa, desenvolvimento teórico-metodológico e iniciativas editoriais; políticas estratégicas e reconstrução do SUS; e atuação política e relações com movimentos sociais.

Conforme explicaram Tatiana Wargas (IFF/Fiocruz) e Dario Pasche (UFGRS), integrantes da coordenação do Grupo de Trabalho responsável pela elaboração do plano, esses eixos foram definidos na oficina realizada durante o Abrascão de 2022, partindo do entendimento de que deveriam refletir tanto a atuação da área de Política, Planejamento e Gestão em Saúde quanto a importância estratégica da Abrasco no ensino, na pesquisa, no posicionamento político e na articulação com movimentos sociais.

Para Tatiana Wargas, a proposta é que o processo seja, acima de tudo, mobilizador: “Há a expectativa de que não seja apenas um plano, mas também ação”.

A vice-presidente da Abrasco, Carmem Leitão, destacou que a iniciativa é uma aposta na forma de atuar da Saúde Coletiva: “Estamos construindo algo que é uma aposta de que é possível fazer algo juntos. Para isso, vai exigir pensamento estratégico, continuidade, monitoramento e capacidade de agir no mundo”.

O plano também busca valorizar a diversidade territorial, institucional e epistemológica que marca o campo da política, planejamento e gestão em saúde. “A pluralidade que temos precisa ser potencializada e enriquecida”, afirmou Carmem. “Queremos trazer diferentes atores para esse processo, respeitando diferentes realidades e capacidades institucionais.”, reflete.

Rodrigo Tobias, da Fiocruz Amazônia, reforçou a necessidade de aproximar a política pública das necessidades da sociedade. “Uma invenção importante deste plano é não entender as políticas públicas dissociadas das necessidades da população”, pontuou. Entre os desafios apontados, está a incorporação de pautas emergentes, como as mudanças climáticas e seus impactos sobre a saúde. “Clima e saúde não é simplesmente um papo de pesquisador. É necessário pensar em sistemas de saúde resilientes às emergências climáticas”, afirmou Tobias.

A oficina deu continuidade a um caminho de construção coletiva, voltado à qualificação da área frente aos desafios atuais e futuros do SUS, reforçando o compromisso da Abrasco com o fortalecimento da gestão e do planejamento em saúde. Ao longo dos próximos meses, estão previstas novas etapas: a realização de um seminário, entrevistas, escuta aos Grupos Temáticos e a realização de reuniões ampliadas. Sua versão final será apresentada durante o 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2025), que ocorrerá em novembro.

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