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Abrasco presente na 69ª Reunião Anual da SBPC

Bruno C. Dias com informações da SBPC, CNS e UFMG

Realizada no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) entre 16 e 22 de julho, a 69ª Reunião da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência reuniu mais de 15 mil pessoas, trocando experiências, conhecimento e fomentando discussões que contribuirão para a ciência, tecnologia e inovação no País. A Abrasco e alguns de seus membros estiveram presente em diversas atividades, reforçando e ampliando as discussões da saúde dentro do escopo maior dos debates promovidos nos sete dias do evento.

Como entidade sócia da SBPC, a Abrasco foi responsável pela organização da mesa-redonda “Desafios atuais da pesquisa em saúde no Brasil”, realizada na tarde da sexta-feira, 21 de julho. A coordenação foi do abrasquiano Reinaldo Guimarães, que mediou as falas de Maurício Lima Barreto, pesquisador do Instituto Gonçalo Muniz (IGM/Fiocruz), e Carlos Médicis Morel, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) e de Marco Antonio Vargas, professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Maurício Barreto falou da importância da pesquisa para o SUS e relatou o esforço para aproximar as necessidades reais da saúde da população brasileira da agenda de pesquisa desenvolvida em programas de pós-graduação e em institutos de pesquisa. Carlos Morel falou do sucesso do programa dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) em expandir a produção científica e tecnológica do Brasil. Marco Vargas falou como as políticas de inovação postas em prática desde 2004 fortaleceram as atividades inovadoras da indústria farmacêutica brasileira. No entanto, o cenário foi mostrado também em seu atual momento, e todos lamentaram os retrocessos em curso, com o afastamento do SUS e na indução da agenda de pesquisas; no desmonte orçamentário dos INCTs e da indústria nacional de ponta na área da saúde.

A saúde dos povos indígenas teve espaço na mesa-redonda “A produção do conhecimento e a saúde indígena: invisibilidade, especificidade e fragmentação”, realizada na quinta-feira, dia 20. Carlos Coimbra, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e coordenador do Grupo Temático Saúde Indígena (GTSI/Abrasco) compôs o painel junto com Lívia de Souza Errico, professora da Escola de Enfermagem da UFMG e coordenadora da Comissão de Acompanhamento dos Estudantes Indígenas da mesma universidade. Dados de pesquisas desenvolvidas por Coimbra com apoio de demais pesquisadores associados ao GTSI apontam que mais de 15% das mulheres indígenas do país apresentaram alta pressão arterial e podem ser classificadas como obesas, com outras 30% de mulheres indígenas do contingente pesquisado com sobrepeso. Coimbra ressaltou também a invisibilidade da questão indígena, que historicamente recebe menos atenção do Estado. “Estamos falando de 300 etnias distintas, falando cerca de 200 línguas diferentes, num total aproximado de 900 mil pessoas espalhadas em todos os estados do país e que são pouco conhecidas dos demais brasileiros”, disse ele em entrevista à Rádio UFMG Educativa. Outra abrasquiana que participou da edição foi Eli Iola Gurgel, professora da Faculdade de Medicina da UFMG e vice-presidente da Abrasco. Ela coordenou a conferência “Crise econômica, austeridade fiscal e saúde no Brasil”, proferida pela sanitarista Fabiola Sulpino Vieira.

A Abrasco também esteve presente no Encontro Nacional de Jovens em Defesa do SUS, que aconteceu nos dias 20 e 21, e teve mobilização do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A estudante Gabriela Braga, graduanda da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) representou o Fórum de Graduação em Saúde Coletiva – FGSC, colegiado que reúne estudantes e docentes dos cursos de graduação da área.

SBPC com nova diretoria: Na noite da sexta, 21, foi realizada a cerimônia oficial de posse da nova diretoria da SBPC e de encerramento do evento. “Essa Reunião trouxe renovação para todos nós e mostrou que o Brasil é muito maior do que as nossas dificuldades”, comemorou Ildeu de Castro Moreira, presidente eleito pelos pares. “A gente sai daqui com a esperança renovada”, disse ele à reportagem da SBPC. Antes da cerimônia, uma reunião entre a nova diretoria e representantes das demais associações científicas e acadêmicas sócias discutiu estratégias de estreitamento de laços para fortalecer a ciência brasileira na atual conjuntura. A Abrasco foi representada pelo presidente Luis Eugenio de Souza (2012-1015), também coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (PPGSC/ISC/UFBA).

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