Exibido na última terça-feira, 07 de outubro, o programa Observatório da Imprensa discutiu a desproporção entre o espaço utilizado pela imprensa e pela mídia no debate do aborto e a sua real repercussão na saúde da mulher e impacto na saúde pública, com a estimativa de 600 mil a 1 milhão de abortos clandestinos por ano.
O professor Mario Giani Monteiro, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro foi um dos entrevistados da matéria que abre o debate em estúdio. Giani Monteiro destacou o papel que a mídia tem neste debate. “A imprensa é importante porque ela forma opinião. Se ela mostrara que a mulher tem direito de organizar sua a vida da maneira que ela achar melhor isso vai certamente diminuir o preconceito e a resistência religiosa”.
Já a professora Lígia Bahia, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC/UFRJ) e membro do Conselho de Diretoria da Abrasco, esteve no estúdio junto com a ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres e com a juíza de Direito e professora de Direito Constitucional da UERJ Jane Reis. Em sua participação, Lígia ressaltou que é conveniente aos poderes Executivo e Legislativo atribuírem unicamente ao discurso religioso o tabu do aborto, de forma a isentar o papel político das estruturas do Estado. “Acabou sendo uma bela desculpa conveniente para que um conjunto de omissões seja justificada”. Recentemente, a professora publicou um artigo no jornal O Globo discutindo a ausência deste debate nas campanhas das presidenciáveis Dilma Roussef e Marina Silva.
O programa Observatório da Imprensa é produzido e apresentado pelo jornalista Alberto Dines e vai ao ar às terça-feiras pelas emissoras TV Brasil, Cultura e afiliadas da Empresa Brasil de Comunicação. Confira na íntegra.