No dia 30 de novembro, o GT Racismo e Saúde da Abrasco promoveu a mesa “A importância do Quesito Raça-Cor e Lançamento do Boletim Epidemiológico em Saúde da População Negra”, transmitida pela TV Abrasco. O Boletim foi lançado pelo Ministério da Saúde em outubro, e apresentou um retrato atual da saúde da população negra no Brasil.
O documento demonstra que a variável raça/cor na sistematização de dados de saúde é essencial para enfrentar as desigualdades sociais e raciais. “É obrigatório preencher campo raça/cor nos sistemas de informação de saúde desde 2017, mas dezenas de milhares de pessoas são registradas sem essa informação. Há um não reconhecimento da importância do dado, racismo interpessoal e institucional”, disse Joilda Nery, professora da UFBA e integrante do GT.
O Boletim indica que há “lacunas na assistência às mulheres e às crianças negras desde antes do nascimento”: enquanto a mortalidade materna por hipertensão durante a gestação caiu entre mulheres indígenas, brancas e pardas, aumentou entre as mulheres pretas. Além disso, a doença falciforme e outras doenças crônicas – como doenças cardiovasculares e diabetes – também atingem as pessoas negras.
Victor de Jesus, pesquisador da UFES, pontuou necessidade de pensar as políticas públicas, a partir dos dados levantados pelo Boletim, de forma intersetorial: “É preciso discutir racismo ambiental, e pensar seus impactos na saúde da população negra a partir das inadequações do saneamento básico. E saneamento é água, esgoto, lixo e drenagem pluvial – água da chuva ” explica Victor de Jesus, pesquisador da UFES
O debate foi mediado por Hilton Silva e Edna Araújo, também integrantes do GT Racismo e Saúde. Assista ao evento completo: