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Humanização: para além de uma política, uma provocação nos modos de cuidar e gerir

Os caminhos e descaminhos da Política Nacional de Humanização (PNH/SUS) foram o centro do debate da Ágora Abrasco de 28 de abril. A atividade teve como convidados Regina Benevides de Barros e Dario Pasche, primeiros coordenadores da Política quando instituída no Ministério da Saúde, em 2003, e Gustavo Tenório (FCM/Unicamp). A mediação foi de Rosana Onocko, presidente da Abrasco.

Diferentes e complementares olhares marcaram a grande roda de conversa que foi a sessão. Regina Benevides ressaltou que desde o seu início, a PNH passou por um processo de desvio, ampliação e expansão, movendo visões até então sobre a humanização como um programa focalizado no usuário; construindo ações e núcleos no dia a dia dos serviços de saúde pela implicação tanto dos profissionais da saúde como dos usuários, ultrapassando as fronteiras do SUS. “Fico feliz como nós brasileiros conseguimos criar um modelo no qual o aceso à saúde está para além de um produto”, finalizou Regina.

Para Dário Pasche, um dos méritos da PNH foi ter se tornado uma estratégia ‘transversalizadora’, colocando as políticas como HIV/Aids, Saúde das Mulheres, Saúde Integral da População Negra, entre outras, para conversar. “Além da importância do instituído, as pessoas envolvidas com a humanização foram mais do que atores ou gestores, mas sim ‘provocadores de modos de cuidar e modos de gerir”, disse o pesquisador docente da UFRGS. Esses provocadores se multipicaram pela Rede HumanizaSUS, que completou 14 anos. Mesmo com o total esvaziamento da política, a RHS continua como uma máquina expressiva da humanização, seguindo com seu papel de amplificação de coletivos.

Uma estratégia que nasceu fora da ordem, que nunca deixou de se apresentar, mas também nunca precisou de uma aceitação total, caminhando entre a política pública e movimento social. Gustavo Tenório destacou as especificidades da PNH ter nascido no interior da Secretaria Executiva do MS, buscado derrubar as segmentações entre gestão e clínica e promover uma prática democrática no cotidiano do setor. Não foi um caminho homogêneo, regular, lembrou ele. Para Tenório, a PN foi praticada nos espaços possíveis, enfrentando e afrontando modelos de gestão hegemônicos e sem exigir um caminho ou perspectivas únicas. “São diferenças marcantes da PNH que podem e devem ser aproveitada pelo SUS”, ressaltou o professor da FCM/Unicamp. Assista à sessão na íntegra.

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