Entender e agir na saúde das mulheres a partir das situações de vulnerabilidade por elas vivenciadas. Com esta missão, foi criado o Ambulatório da Rede de Práticas de Promoção de Saúde da Mulher em Situação de Vulnerabilidades do Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. O espaço, lançado no início de dezembro passado, já inicia 2017 com projetos que visam a autonomia das mulheres atendidas.
“O objetivo é que esse seja um local para cuidar e amparar as mulheres em situação de violência. Se quisermos combater a violência temos que criar uma rede coletiva capaz de transformar. Somos homens, mulheres e crianças contra a violência”, afirmou Elza Machado de Melo, coordenadora do projeto e professora do Departamento de Medicina Preventiva Social, no lançamento do ambulatório. Elza também é integrante do Conselho Diretivo da Abrasco. Junto com Elza, estão a frente do projeto a professora Myrian Fátima Siqueira Celani, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FM/UFMG; a vice-diretora do Hospital das Clínicas da UFMG (HC) Andréa Maria Silveira; e a médica do HC Raquel Santos.
A atividade de lançamento contou ainda com mesa-redonda “Direitos Humanos e Sociais”, que contou com a participação do secretário estadual de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, e do Diretor da Faculdade de Medicina, Tarcizo Afonso Nunes.
Para impulsionar a autonomia das mulheres em situação de vulnerabilidade social, o projeto “Para Elas – Por Elas, Por Eles, Por Nós”, que funciona juntamente ao Ambulatório, está arrecadando bijuterias, linhas, agulhas, retalhos de tecidos e miçangas. Os objetos serão usados na restauração e confecção de novas peças em oficinas de restauração formadas pelas mulheres atendidas e outras.
A atividade visa trabalhar identidade e reconhecimento da violência, sua superação e seu fim. “A vulnerabilidade social também é uma das formas de violência. Desse modo, com esse novo projeto, nós estaremos construindo laços de solidariedade entre essas mulheres, além de criar uma oportunidade para a geração de renda”, explica Elza. O projeto vai atuar diretamente nos locais onde as mulheres estão inseridas. “O diferencial é que o trabalho de reconstrução das bijuterias será realizado no local onde elas vivem. Nós vamos aos territórios dessas mulheres”, comenta Elza. A primeira oficina já acontece neste mês de janeiro, na região norte de Belo Horizonte”. Confira outras informações no site da Faculdade de Medicina da UFMG.