O estado de Pernambuco se prepara para voltar ao “normal”, permitindo o funcionamento de serviços não essenciais – como cinemas, eventos culturais e a reabertura de turismo na Ilha de Fernando de Noronha. Em 23 de setembro, o governo local anunciou o “Plano de Convivência com a covid-19”, um cronograma de flexibilizações, até novembro.
Em entrevista ao Jornal do Commercio sobre o tema, a sanitarista Bernadete Perez, vice-presidente da Abrasco, comentou a decisão. Leia trechos da matéria “Incertezas para o novo normal”, publicada na versão impressa do jornal, em 25 de setembro:
[segundo a pesquisadora] Pernambuco ainda não tem indicadores que sustentem uma previsão para a nova normalidade, mesmo se seguidos todos os protocolos setoriais previsão para a nova normalidade, mesmo se seguidos todos os protocolos setoriais. “O Estado não está pronto para essa fase. Ainda existe a insegurança sanitária, por ocasião da pandemia de covid-19. O nosso platô do novo coronavírus ainda é alto: são 30 novos casos e uma morte a cada hora”, frisa Bernadete, que é professora da Faculdade de Medicina da UFPE.
Ela ressalta que Pernambuco não tem queda na transmissão comunitária do vírus. “Precisaria ter menos de um caso novo por dia para cada 100 mil habitantes. Além disso, não temos a taxa de contágio desejada, que é de 0.5 (atualmente Pernambuco está em 0.9, segundo grupos de pesquisa)”. Ela ainda reforça que a taxa de positividade em testes para covid-19 ainda está muito alta no Estado.
“Esse índice deve ser menor do que 5%”, diz a sanitarista, em referência ao que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a entidade, para a epidemia estar sob controle, uma região deve realizar um alto número de testes e conseguir alcançar uma taxa de positividade de cerca de 5%, mantendo-a por, ao menos, duas semanas. Em Pernambuco, esse índice está em aproximadamente 14%, segundo informações que tem sido divulgadas em coletivas de imprensa pelo governo estadual.
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