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Caravana Agroecológica do Semiárido Baiano – um exercício coletivo e popular de análise do território

 

Mais uma Caravana Agroecológica começará na próxima segunda-feira, dia 26 de junho, e contará com o apoio da Abrasco por meio do seu Grupo Temático de Saúde e Ambiente.  Os abrasquianos André Búrigo (Fiocruz /RJ), André Monteiro (Fiocruz/PE), Cheila Bedor (Univasf) e Fernando Carneiro (Fiocruz/CE) , estarão em Juazeiro da Bahia para mais uma edição da Caravana Agroecológica, desta vez, para percorrer os diferentes mundos e contrastes vividos e sentidos no semiárido baiano, pelos caminhos das águas do rio São Francisco – “Esta Caravana é mais uma atividade de continuidade do 2º Sibsa – Simpósio Brasileiro de Saúde e Ambiente da Abrasco, o que chamamos de “Sibsa em movimento”, que são ações desenvolvidas em articulação com o movimentos sociais e instituições, construídas em rede, mostrando os conflitos territoriais e suas experiências concretas de promoção da saúde. A Caravana trabalha com a mesma metodologia que foi utilizada no Dossiê Abrasco: de trabalhar com denúncias (aquilo que ameaça e produz contexto de adoecimento) e anúncios (aquilo que já está sendo feito e aponta para a construção de uma sociedade mais justa e saudável, na convivência com o semiárido, que passa pelas inúmeras experiências agroecológicas e de resistências comunitárias)  a partir dos territórios. Esta é a segunda Caravana que a Abrasco participa da organização, que como a primeira (que percorreu os caminhos do Vale do Rio Doce, no contexto da tragédia-crime da Samarco/Vale/BHP) esta também vai seguir por uma bacia hidrográfica”, explica Búrigo.

Caravanas Agroecológicas têm sido realizadas por todo o Brasil como estratégia de mobilização de diferentes atores para, a partir de uma vivência no território, refletirem juntos sobre as diferentes realidades e construir estratégias convergentes de ações. “Estaremos pelos vales, serras, planícies, matas, trilhas, estradas, pequenas cidades, cidades… pelas roças, comunidades tradicionais, comunidades de pescadores e pescadoras, escolas do campo, reconhecendo a força do povo nordestino, dialogando sobre os desafios de nossa sociedade. Passaremos por terras ancestrais, terras de agroecologia, terras que guardam histórias de conservação , pelas barragens e pelas monoculturas e seus venenos, terras em disputa e em conflito. Prepare sua mala, mas deixe espaço para caber as muitas belezas, mas também das muitas tristezas que esse território nos apresenta” convidam os organizadores.

A Caravana funcionará como exercício de dialógico-problematizador, funcionando como coleta de denúncias e anúncios a partir de duas rotas simultâneas que partem e retornam a Juazeiro da Bahia. A Caravana começa no dia 26 seguindo até o dia 30 de junho – momento em que os participantes das rotas compartilharão das experiências vividas. A ideia principal é relatar, filmar, analisar, refletir, conversar, escutar, mobilizar e debater sobre as experiências e histórias de vida das populações que vivem nas bacias hidrográficas do São Francisco e do Salitre. Será feito um trabalho coletivo de pensar o futuro que supere o modelo de desenvolvimento dominante do agronegócio e da mineração, ir além deste modelo de sociedade que cada vez mais nos afasta da natureza e de nós mesmos: um trabalho permanente de mobilização.

Participarão agricultores, pescadores, quilombolas, atingidos por barragem, técnicos, pesquisadores e promotores. Mulheres e homens, jovens e pessoas mais experientes. Pessoas que estão organizadas em diferentes movimentos, organizações, coletivos, sindicatos e grupos acadêmicos. Estes são os 6 eixos que orientaram a construção da Caravana: Impactos e conflitos da Mineração; Acesso às políticas de Saneamento; Conflitos por água; Conflitos fundiários e territoriais; Uso e impactos dos agrotóxicos/agronegócio e ainda Experiências agroecológicas e de resistências comunitárias.

 

 

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