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Cecília Minayo recebe título de pesquisadora emérita da Fiocruz

Vilma Reis com informações de Matheus Cruz / Agência Fiocruz de Notícias

“Desde os 7 anos de idade eu faço discurso, com esta idade subi num banquinho para cumprimentar o prefeito de Belo Horizonte em nome do buraquinho de Minas Gerais, onde eu nasci… De lá pra cá já recebi muitos prêmios, mas este aqui, pra mim, é o mais especial, pois quando eu cheguei na Fiocruz, realizei um sonho de poder fazer ciência ligada à questão social. E foi exatamente isso que eu encontrei aqui, então hoje quando eu ouço que o Brasil não precisa de sociologia, de filosofia… eu fico pensando: o que tem na cabeça dessas pessoas? Porque doença, acontece com pessoas, saúde, acontece com pessoas. Se nós só encontrarmos o lado biológico, nunca entenderemos a pessoa na sua integralidade – e isso fazemos aqui na Fiocruz. E é por este motivo que ao longo de todos esses anos tenho dado, dentro das minhas possibilidades, o melhor de mim, para esta Fundação” disse, emocionada, Cecília Minayo ao receber das mãos da presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, o título de pesquisadora emérita da Fundação.

Junto com Cecília, os pesquisadores Renato Sérgio Cordeiro, Euzenir Sarno, Alzira Mara e Paulo Zech também foram agraciados. A cerimônia aconteceu na Tenda da Ciência Virgínia Schall, no campus Manguinhos no Rio de Janeiro, na sexta-feira, 31 de maio. A entrega contou ainda com a presença do diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), José Paulo Leite; do diretor da Fiocruz Pernambuco, Sinval Brandão; da diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), Paulo Garrido.

O Conselho Deliberativo da Fiocruz aprovou por unanimidade a indicação dos pesquisadores para o título de pesquisador-emérito da Fundação. O título destaca a excelência do trabalho dos profissionais, que, entre outras realizações, têm trabalhos destacados em suas respectivas áreas. Para a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima, é importante ressaltar os desafios diários em seguir o caminho a favor da saúde pública e da comunidade. “Nós esperamos estar à altura da difícil tarefa que é continuar em prol da cidadania e da ciência. Eu quero agradecer a todos que trabalharam para que essa semana de aniversário tivesse tudo o que teve, ao CD da Fiocruz, à equipe da Presidência e a todos que fizeram a comemoração possível. É uma honra tê-los como pesquisadores eméritos da Fundação e suas trajetórias nos inspiram”, concluiu.

Maria Cecília de Souza Minayo nasceu em Itabira, Minas Gerais e ingressou na Fundação Oswaldo Cruz em 27 de novembro de 1989. É formada em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), graduada em Ciências Sociais pela Universidade de Nova York, tem mestrado em antropologia social também pela UFRJ e doutorado em saúde pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Cecília Minayo estuda sobre os efeitos da violência social e coordena, desde 1998, o grupo de pesquisa violência em saúde certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Minayo é professora há 62 anos, 34 apenas na área da saúde pública. Foi Presidente da Abrasco de 1993-1997; a primeira representante da área de Saúde Coletiva na CAPES (1992-1996); representante da SBPC no Conselho Nacional de Saúde (1993-1997); membro e coordenadora do Comitê de Avaliação da área de Saúde Pública e Nutrição do CNPq (1992-1996) e é Editora-Chefe e fundadora da Revista Ciência & Saúde Coletiva da Abrasco, desde 1996.

Na semana passada, cecília concedeu entrevista para a Agência Fiocruz de Nóticias sobre questões atuais e históricas da violência e sobre sua relação com a saúde das pessoas e perspectivas de atuação na conjuntura brasileira atual – leia aqui a entrevista na íntegra.

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