Cesar Victora é reconhecido nacional e internacionalmente: suas pesquisas ajudaram na constatação de que o aleitamento materno é essencial para prevenir mortalidade infantil, e, à luz da epidemiologia, produziu dados importantes sobre o impacto das desigualdades sociais nas condições de vida e saúde. Na última sexta-feira, ele ganhou a 35ª edição do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia – um orgulho para a Abrasco e para toda a comunidade da Saúde Coletiva.
O prêmio é organizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI), em parceria com a Marinha do Brasil, e é uma das maiores homenagens a cientistas do país. Neste ano, a premiação contemplou a área de Ciências da Vida
Victora é constantemente citado em rankings de pesquisadores mais influentes no mundo, e já recebeu outras condecorações, como o Prêmio Richard Doll em Epidemiologia 2021, a principal premiação científica mundial da Epidemiologia, e o Gairdner Awards Global Health, concedido em 2017. No Brasil, dentre outros prêmios, ganhou o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 2010. Em 2021, foi condecorado com o título de grão-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, mas recusou a homenagem, “oferecida por um governo [referiu-se ao governo Bolsonaro] que ativamente boicota as recomendações da epidemiologia e da saúde coletiva”.
Professor emérito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), titular do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da mesma instituição e diretor do Centro Internacional de Equidade em Saúde, Cesar Victoria se intitula um “abrasquiano fundador”. Em 2021, a Abrasco realizou um evento em sua homenagem, e ele afirmou que “Nossa epidemiologia brasileira é abrangente e se confunde com a saúde coletiva. Pertencemos a uma entidade que reúne diversos campos da saúde e que sempre lutou contra a desigualdade”.