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 NOTÍCIAS 

Ciência e Saúde Coletiva – Outubro 2022

Letícia Maçulo

Foto: grpride.org

Hannah Arendt nos lembra que o mundo não é habitado pelo homem, e sim pelos homens. Ao dizer isso, ela demarca a pluralidade da condição humana, que, embora seja humana, jamais determina a existência de um homem genérico. Levando esse pensamento para pensar a coletividade, podemos considerar que não há uma coletividade genérica, e sim diferentes coletivos que a integram. A saúde coletiva, em sua concepção, se volta para as necessidades da população, mas, por estar também intimamente articulada à defesa dos direitos humanos, precisa assegurar que os movimentos que expressam a diversidade das situações singulares e grupais tenham reconhecimento social, político e jurídico. 

É a partir da reflexão que articula o pertencimento ao todo e o respeito às diferenças que apresentamos este número especial. Ele põe em foco a diversidade de temas que vêm sendo desenvolvidos ou que podem se inserir na pauta do campo da saúde coletiva. Alguns dos textos que figuram nesta edição são ensaios teóricos que discutem a relação entre a temática e o campo mencionado. Outros defendem uma saúde voltada para identidades sociais que, ao mesmo tempo, são estáveis, provisórias e resultados de diversos processos de socialização que, em conjunto, constroem os indivíduos, definem as instituições e também enriquecem o coletivo. 

O tema desta edição é Diversidade, unidade e saúde coletiva.

Agendas de saúde voltadas para gays e lésbicas
O estudo objetivou validar agendas reivindicadas por representantes de grupos homossexuais voltadas para a atenção integral à saúde de gays e lésbicas. Para isso, foi elaborada uma matriz de agendas de saúde baseada na consulta a acervo de outro estudo, composto por 25 narrativas de representantes de 16 grupos de dez capitais brasileiras. 

Diversidade e diferença: desafios para a formação dos profissionais de saúde
O artigo tem como objetivo discutir a questão da diversidade a partir da sua incorporação na formação dos profissionais de saúde por meio da análise das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de dois cursos de graduação na área da saúde no Brasil: medicina e psicologia. Para isso, problematiza a questão da diversidade a partir da contribuição das ciências sociais, ao considerar as múltiplas noções presentes na natureza das diferenças sociais e culturais, rompendo com conceitos essencialistas de diferença. 

(Des)caminhos na garantia da saúde da população negra e no enfrentamento ao racismo no Brasil
O racismo institucional impera nos serviços de saúde no Brasil, fundados em relações concretas de poder que subjugam, dominam e excluem negros/as do adequado acesso aos serviços e instituições de saúde. Este ensaio crítico analisa a importância da ampliação do debate e da produção do conhecimento sobre a saúde da população negra (SPN), focando dois pontos: o papel da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e a importância da inserção do quesito cor nos sistemas de informação em saúde.

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