Inovações na gestão da Atenção Primária à Saúde no Brasil
A Atenção Primária à Saúde (APS) é hoje a menina dos olhos dos sistemas universais de saúde em todo o mundo, porque, quando bem gerida e prestada, é por meio dela que se resolve grande parte dos problemas que levam as pessoas a procurar cuidados médicos.
No Brasil, desde sua implantação como “Programa de Saúde da Família” em 1994, a APS vem passando por grandes transformações. Dentre outras, em 2019 ela se institucionalizou por meio da criação da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) no Ministério da Saúde. Durante o percurso de sua história no Brasil, a APS registra quatro conjuntos de inovações: (i) “teletrabalho”, que vem se consolidando na rede de serviços com os termos “telemedicina/telessaúde”; (ii) fortalecimento da formação profissional por meio de plataformas virtuais, residências multiprofissionais e mestrados profissionais; (iii) avaliação com uso de novos formatos/métodos de coleta de dados como tablets ou meios remotos; (iv) novas formas de comunicação com o uso de mídias sociais que apoiam a gestão.
Este número temático traz um conjunto de contribuições para o debate sobre os quatro tipos de inovação apontados, com destaque para o que vem ocorrendo no Centro Oeste. Note-se que a última edição (26.5) tratou também da expansão e aprofundamento da Atenção Primaria, mas no Nordeste.
A estratégia de um “território de ensino-aprendizagem” para a APS no SUS brasileiro – com destaque para o do Laboratório de Inovação na Atenção Primária à Saúde (INOVAAPS), desenvolvido com apoio da Fundação Oswaldo Cruz em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul (https://labinovaapsfiocruz.com.br/portal/#/) – pode ser adaptada e replicada em outras localidades no país.
A pandemia por COVID-19 tem demonstrado ao mundo, desde o início de 2020 e ao longo de 2021, que as ações e serviços de atenção primária e vigilância em saúde são estruturantes de qualquer sistema nacional de saúde que pretenda dar acesso e cuidado longitudinal de qualidade à sua população.
Editorial
Estratégias organizacionais e inovações na gestão da Atenção Primária à Saúde no Brasil – Daniel Ricardo Soranz, Roberto de Araújo Raposo
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