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Começa a 17ª CNS: “Hoje já é um novo dia”

Ártemis C. Brant

 

Com o tema “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia”, teve início a 17° Conferência Nacional de Saúde em Brasília. A programação vai até quarta-feira, dia 05 de julho, e reunirá cerca de 6 mil pessoas para discutir propostas que subsidiarão a elaboração do Plano Nacional de Saúde e do Plano Plurianual de 2024-2027.

Rosana Onocko, presidente da Abrasco, acompanhou a abertura, e afirmou que é um momento de muita alegria: “É muito importante retornar para esse espaço ímpar da participação social. A Conferência está cheia de gente, muito diversa, muito colorida, e a gente tem expectativa muito grande de sair daqui com posições bem contundentes em defesa do SUS”.

Além dela, diversos abrasquianos estiveram presentes neste primeiro dia de atividades. “Estamos muito contentes em poder retomar a conferência em um ambiente de democracia, de liberdade e de participação”, comentou Luis Eugenio Souza,  presidente da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA) e ex-presidente da Abrasco. 


Atividades autogestionadas

A programação do primeiro dia começou com o credenciamento dos mais de 6 mil participantes de todo o Brasil, seguida pela realização das atividades autogestionadas. Foram 20 atividades, de caráter não deliberativo, que debateram temas importantes para o fortalecimento do SUS.

Marília Louvison, vice-presidente da Abrasco, participou da atividade: “Acesso a medicamentos e novas tecnologias”. “Foi um momento de debate muito rico, com participação de pessoas de todo Brasil, que discutiu, entre outros temas, o acesso a medicamentos de alto valor e o retorno do Programa Farmácia Popular. A atividade evidenciou ainda a importância do acesso à informação”, comentou. 


Eixos temáticos

A programação incluiu ainda as discussões dos eixos temáticos que perpassam a Conferência. No primeiro dia, abordaram os eixos 1 e 2, com as mesas “O Brasil que temos, o Brasil que queremos”  e “O papel do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas”, respectivamente. 

A diversidade foi a marca principal dos debates. Presente tanto nas falas e depoimentos das mesas, quanto na plateia, que evidenciava o tamanho e pluralidade do Brasil. Esta é a primeira vez na história que a Conferência recebe uma delegação de refugiados, também é a maior delegação de pessoas com deficiência da história da CNS. 

Luis Eugenio resumiu o primeiro dia de programação como “emocionante”, e destacou a forte  presença de representantes de setores vulnerabilizados – mulheres, trans, negras, indígenas, refugiadas e pessoas com deficiência: “Toda a população que sentiu mais fortemente o peso da opressão nestes últimos quatro anos está agora se manifestando livremente. Isto alimenta nossa esperança”. 


Cerimônia de abertura

No início da noite, aconteceu a Cerimônia de Abertura da 17° CNS, marcada por falas que representavam a emoção da  retomada da participação social e da valorização do SUS. Além disso, durante toda a cerimônia, aconteceram diversas manifestações de apoio à Nísia Trindade, abrasquiana e ministra da Saúde. 

Em seu discurso, a ministra reforçou seu compromisso com o SUS. Ela abriu sua fala com a frase que tem ecoado durante todo o evento, “Hoje já é um novo dia”, em alusão ao tema da 17° CNS. Para a sanitarista, não é possível pensar em um governo isolado da sociedade civil, “Essa força coletiva de defesa da democracia que une o nosso Conselho Nacional de Saúde, que resistiu durante os anos mais difíceis da nossa história recente”. 

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