A Abrasco está fortalecendo sua participação nas discussões sobre política de saúde internacional por meio de iniciativas do seu Comitê Assessor de Relações Internacionais (CARI/Abrasco), dando prosseguimento a caminhos anteriormente traçados, reforçando antigas e parcerias e tecendo novas agendas.
Articulação com o Centro de Relações Internacionais da Fiocruz
O CARI tem sido espaço de reflexão sobre o trabalho das agências internacionais, contando com o olhar de experientes abrasquianos nessas arenas, como Paulo Buss, que acompanhou pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada de 17 a 27 de setembro de 2019.
Em sua avaliação, Buss constatou que o multilateralismo se encontra sob fogo cerrado, sendo por isso cada vez mais necessário o reforço dessas arenas com formulações coerentes e que celebrem uma união programática em torno das pautas progressistas, como analisa no artigo “Saúde, meio ambiente e desenvolvimento: o futuro em pauta na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas”, publicado no blog do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz.
O decano informou ainda sobre a 57º Reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), realizada no início de outubro passado e que deliberou pela aprovação do Relatório da Comissão Sobre Equidade e Desigualdades em Saúde nas Américas.
A Abrasco em eventos internacionais
O CARI tem discutido também a participação da Abrasco em eventos internacionais e a inserção de temas relativos à saúde internacional na agenda dos congressos brasileiros da área da Saúde Coletiva.
Integrante da Comissão Científica do 16º Congresso Mundial de Saúde Pública – 16th World Congress of Public Health, a ser realizado em outubro deste ano em Roma, Luis Eugenio organizou a proposição de duas sessões no evento Diálogos de Liderança Mundial – World Leadership Dialogue, atividade que antecede o 16ª Congresso.
A primeira sessão, intitulada “What kinds of research and policies to reduce health inequalities?”, reúne pesquisadores do Brasil, Bangladesh, África do Sul e Inglaterra e está voltada para o debate da redução das iniquidades em saúde.
A segunda sessão intitula-se “Social rights: hard to Build, easy to destroy” e tem como objetivo discutir as ameaças atuais aos direitos sociais em diferentes sociedades, com ênfase especial em países com governos populistas de direita que ameaçam a democracia. Pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos e da África do Sul estão confirmados, sendo possível ainda a participação de um europeu.
O Comitê reforçou a importância, neste momento de ataques ao direito à saúde por que passa o Brasil, da presença de uma grande delegação da Saúde Coletiva brasileira em Roma.
Os prazos para envio de resumos e pagamento de inscrições com valores reduzidos continuam abertos, até 1º de março. Confira essa e outras datas do Congresso aqui.
Abrasco em redes internacionais
Em janeiro de 2020, foi oficializado o ingresso da Abrasco na Rede Internacional para Eliminação dos Poluentes Orgânicos Persistentes (IPEN, na sigla em inglês). O IPEN é uma rede global de organizações de interesse público que visa aprimorar políticas e aumentar a conscientização do público sobre substâncias perigosas largamente utilizadas para ampliação do lucro, como agrotóxicos, mercúrio, gases em extintores de incêndio e demais poluentes químicos. A coordenação do Grupo Temático Saúde e Ambiente, liderada por Guilherme Franco Netto e Diogo Rocha, vem encabeçando a discussão sobre a participação de demais pesquisadores associados à Abrasco.
Essa é a segunda rede internacional voltada para saúde e meio ambiente na qual a Associação faz parte. A Abrasco participa também do grupo de trabalho “WHO-Civil Society Working Group to Advance Action on Climate and Health”, Representada por Nelson Gouveia, decente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM/USP). Em dezembro de 2019, o grupo reuniu-se em Madri, paralelamente à COP 25 e deverá se reunir novamente em maio de 2020, em Genebra, em paralelo à Assembleia Mundial da Saúde.