Na última terça-feira (11) aconteceu a segunda edição do Esquenta Abrascão que lançou olhar sobre a trajetória da nossa área desde as revoluções dos anos 60/70 até os anos 2000. O Encontro “O Hip-hop da Saúde Coletiva: o novo mundo dos anos 2000” reuniu especialistas e proporcionou a escuta de vozes das gerações mais novas.
Para a coordenadora do GT Racismo e Saúde/Abrasco, Diana Anunciação, a juventude presente na Saúde Coletiva traz consigo demandas sociais para a área que refletem seus anseios por maior igualdade: “Há a construção de um discurso das novas gerações que está fundamentado na necessidade de se denunciar os silenciamentos, a invisibilidade, a exclusão e os estereótipos que se mostram em uma sociedade que é constituída por um modelo de opressão colonialista. Não há como se pensar na Saúde Coletiva, na justiça social, na democracia, na equidade social sem trazer essa discussão proposta pelas novas gerações.”, afirma.
Diante do cenário político brasileiro, Fernando Herkrath, integrante do Conselho Deliberativo da Abrasco, reforça a importância das demandas trazidas pela juventude para a atualização do campo, relembrando que o movimento da reforma sanitária está em constante adaptação. “As renovações neste campo histórico, caso não existam, configuram um retrocesso. As renovações são necessárias para que a gente continue o processo de reforma, que é um processo de reconstrução.”, garante.
Para Helena Cortes, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a geração dos anos 2000 se distancia do academicismo da geração da tropicália e busca trazer para o debate questões próprias dos movimentos sociais. “Percebo que temos buscado trazer o movimento social também para dentro da academia e organizar nossa intelectualidade a partir dos saberes territorializados numa perspectiva que rompe cada vez mais com saberes eurocentrados e com pensamentos colonizados.”, afirma a professora.
O evento também contou com a participação de Ana Paula Muraro (UFMT); Carmem Emmanuely Leitão (UFC) e Leny Alves Trad (UFBA). A coordenação foi de Tatiana Gerhardt (UFRGS) e Lilia Schraiber (USP).
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