No último sábado, 20 de novembro, a Abrasco emitiu uma Carta de alerta a todas as autoridades políticas e sanitárias brasileiras sobre a Covid-19, sinalizando o rápido crescimento dos casos da doença por todo o país e apelando “para que todos os esforços sejam feitos para conter a transmissão do vírus SARS-CoV-2”. Integrantes da Diretoria da Associação conversaram com a imprensa sobre o agravamento da epidemia no país.
Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco, conversou com O Globo sobre a intensificação do coronavírus nos bairros mais ricos do município do Rio de Janeiro, que já tem mais de 129 mil pessoas infectadas. Ela comentou que que já é comum ver aglomerações, pessoas bebendo em rodas de amigos, sem máscara: “A experiência de países asiáticos mostra a necessidade de não ter aglomeração para evitar a transmissão. Se as pessoas não forem orientadas a retomar as medidas de prevenção, podemos ter um grande aumento de casos”.
Gulnar também afirmou que a cidade está longe de atingir a imunidade coletiva (“imunidade de rebanho”). “É um quadro preocupante e não podemos abrir mão da saúde pública. Não podemos flexibilizar mais para evitar colapso do sistema de saúde. Temos que garantir uma transmissão baixa para ter um efeito e diminuir a demanda, além de fazer rastreio de casos”. Leia a matéria, publicada em 20 de novembro.
Também para O Globo, Guilherme Werneck, vice-presidente da Abrasco, comentou sobre a organização de quiosques na orla da praia carioca para o Ano Novo. São 309 quiosques, e cada estabelecimento poderá instalar até 40 mesas, para festas na virada do ano: “Acho um equívoco, vai promover aglomeração e a situação não está permitindo toda essa flexibilização”, advertiu Werneck. Confira o texto, divulgado em 20 de novembro.
As festividades de fim de ano, e o verão, são uma preocupação para os especialistas em todo o país. Isto é porque, com o clima quente, as pessoas tendem a ir mais para cidades litorâneas, causando aglomerações em praias. Anaclaudia Fassa, diretora da Abrasco, foi entrevistada pelo Diário Gaúcho, também no dia 20 de novembro.
“Normalmente, pensamos em epidemias com certa sazonalidade, mas algumas medidas podem modificar o padrão. Não acredito que o verão seja capaz de conter a Covid. A epidemia teve redução pelas medidas de distanciamento. Quando se flexibilizou, não houve fortalecimento da vigilância epidemiológica para interromper a transmissão de casos. Nosso período de declínio não foi longo porque não tivemos controle da epidemia”, afirmou a pesquisadora.