Para controlar a epidemia de coronavírus no Brasil – e salvar vidas – a cobertura vacinal deve ser maior que 90%. Não há, no entanto, previsão para atingir este marco: até a primeira semana de março de 2021, só 3% da população – ainda dos primeiros grupos prioritários – foi imunizada com as duas doses recomendadas. É o que demonstrou a Nota Técnica Baixa cobertura vacinal e desafios do plano nacional de imunização contra a COVID-19 no Brasil, produzida pelos abrasquianos Guilherme Werneck (IESC/UFRJ e IMS/UERJ), Ligia Bahia (IESC/UFRJ) e Mario Scheffer (FM/USP).
O estudo, da Rede de Pesquisa Solidária, compara a vacinação no Brasil com países que também são fortemente atingidos pela pandemia – como Estados Unidos, Índia e México – e conclui que o Brasil não tem uma meta explícita de vacinação , ou seja, não define prazos rígidos para cada subgrupo ser vacinado. Além disso, o cronograma e os prazos de entregas de vacinas são constantemente revisados, e a cada vez o Ministério da Saúde promete uma quantidade menor de doses.
Para os próximos meses, o MS anunciou 183 milhões de doses – importadas ou produzidas pela Fiocruz e Instituto Butantan – o que vacinaria os 77 milhões de brasileiros nos grupos considerados prioritários, mas continuaria distante da imunidade coletiva: “Teremos mais vacinas nos próximos meses, mas não conseguiremos alcançar a cobertura necessária com rapidez se continuarmos fazendo as coisas sem coordenação”, afirmou Guilherme Werneck, vice-presidente da Abrasco, para a Folha de São Paulo. Leia a matéria completa.
O Nexo também fez uma matéria sobre a nota técnica, e elencou, a partir do documento, quatro principais desafios para a imunização dos grupos de risco no Brasil: “Quantidade insuficiente de vacinas; Inconsistência na definição dos grupos prioritários; Baixa cobertura vacinal; e Dados sobre a vacinação limitados e inadequados”. Acesse o conteúdo publicado pelo Nexo, na íntegra.
Baixe e confira a Nota Técnica Baixa cobertura vacinal e desafios do plano nacional de imunização contra a COVID-19 no Brasil.