Em entrevista para a Folha de S. Paulo, Antonio Fernando Boing, integrante do conselho deliberativo da Abrasco, falou sobre a relação entre desigualdades socioeconômicas na distribuição de mortes pela Covid-19. Os dados são resultado de um estudo que analisou cerca de 3 milhões de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) de pessoas que foram internadas e que morreram entre 2020 e 2021 – dessas, 1,9 milhão com diagnóstico confirmado de Covid. O trabalho foi publicado no periódico Preventive Medicine.
Segundo o epidemiologista Antonio Fernando Boing, autor principal do estudo, uma das explicações para as disparidades socioeconômicas nas mortes por Covid foi a falta de acesso, no tempo certo, a serviços de saúde de qualidade.
Ele explica que municípios mais ricos tendem a ter, em média, mais profissionais de saúde contratados e uma rede de serviços mais estruturada, com fluxos de pacientes estabelecidos em todos os níveis da assistência (atenção primária, secundária e hospitais de alta complexidade)