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 NOTÍCIAS 

Abismo social aberto pela Covid-19 cresceu diante da omissão do Poder Público

Bruno C. Dias

No primeiro Esquenta Abrascão, uma pauta que, infelizmente, veio para ficar: Covid-19. Os convidados da sessão virtual que visa colocar na ordem do dia temas centrais da saúde, ciência e sociedade que terão espaço privilegiado durante o Abrascão 2022, a ser realizado de 21 a 24 de novembro em Salvador (BA).

+ Submissão de resumos vai até sexta, 3 de junho

“Tivemos uma evidenciação sobre o processo de determinação de saúde e doença a olhos vistos. Ficou claro, cada vez mais claro, o abismo social entre a favela e as periferias e a cidade e como a pandemia impactou mais diretamente as populações mais vulnerabilizadas”, sentenciou Alan Pinheiro Brum. Favelado morador do Complexo do Alemão e coordenador da rede Raízes em Movimento, Alan foi um dos principais articuladores das denúncias das condições vivenciadas pelas comunidades cariocas num cenário de alta subnotificação e baixa atenção do Poder Público.

A postura ausente do Poder Público também esteve presente na análise dos demais convidados. Ethel Maciel, da Comissão de Epidemiologia da Abrasco, abordou os embates da comunicação científica com o governo Bolsonaro, ressaltando as estratégias adotadas, como a escolha da narrativa dos recuperados de forma a minimizar os mais de 660 mil óbitos, e a cortina de fumaça jogada sobre as ações governamentais, distantes e de costas para as orientações da ciência.

“Dados da vacinação mostam como a campanha negacionaista prejudicou a proteção das populações e o quanto fatou uma campanha de comunicação efetiva. Foi feito justamente o contrário, pois a portaria que decretou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), passou a mensagem de que a pandemia teria acabado”, ressaltou Nereu Manzano, assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). A sessão contou ainda com a participação de Naiá Ortelan, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz), que abordou as dificuldades de assimilação das estratégias não farmacológicas. A coordenação foi de Lígia Kerr, Deivisson Viana e Reni Barsiglini.

Assista à sessão na íntegra:

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