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Cuiabá em ritmo de preparação para o 7º CBCSHS

Pela primeira vez em sua trajetória institucional de 46 anos, a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) receberá um congresso brasileiro da área da Saúde Coletiva. São esforços desta Abrasco em descentralizar seus congressos e eventos, valorizando a diversidade e favorecendo a visibilidade e a democratização da divulgação dos conhecimentos produzidos nas diferentes regiões e instituições do país, e também mérito da Comissão Organizadora Local, composta por docentes e alunos do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFMT), outras faculdades e membros de instituições parceiras como secretarias estadual e municipal de saúde.

A Comissão está empenhada em fazer deste 7º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde (7ºCBCSHS) um marco tanto para esta subárea da Saúde Coletiva como para a própria universidade. Criada em 1970, a UFMT atualmente tem cinco campi e 24 polos de educação à distância, além de uma base de pesquisa no Pantanal, fazendas experimentais, dois hospitais veterinários e o Hospital Universitário Júlio Müller, inserido na rede do SUS em Cuiabá. O objetivo é que seja, também, uma marca para a cidade de Cuiabá, capital com aproximadamente 590 mil habitantes e que conta com estrutura suficiente para receber a expectativa de público, entre mil e 1.500 congressistas.

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“Entendemos o 7º CBCSHS como espaço de intercâmbio em que podemos contar com a presença de pesquisadores nacionais e internacionais que são referências e lideranças na constituição e atuação das Ciências Sociais e Humanas em saúde, mas também como possibilidade de visibilidade às potencialidades regionais diante dos desafios teóricos e práticos colocados à área no contexto contemporâneo. Dessa forma, em um processo de construção coletiva, o evento fomenta reflexões e proposições para o setor da saúde, seja no âmbito do cuidado, da pesquisa, da formação de recursos humanos, seja favorecendo o estreitamento das relações, da articulação, do fortalecimento e da reaproximação da academia aos serviços de saúde e à comunidade em geral, sempre com interlocução junto aos movimentos sociais”, disse Reni Barsaglini, que respondeu a entrevista conjuntamente com demais membros da Comissão Organizadora Local, as professoras Alba Regina Medeiros, Emilia C.L. Biato, Ana Paula Muraro e Maria Angelica Spinelli. Confira abaixo:

Abrasco: Qual a importância para o Centro-Oeste e para o ISC/UFMT da realização do 7ºCBCSHS?
Comissão Organizadora Local: Institucionalmente é relevante à UFMT de modo geral e, particularmente aos cursos da área de saúde e afins, ocorrer este evento num momento de início de novos cursos de graduação e de pós-graduação e de consolidação dos já existentes. A graduação em Saúde Coletiva já conta com cinco turmas formadas até o momento pelo Instituto de Saúde Coletiva – ISC/UFMT, além de mestrado e doutorado recém criado neste mesmo Instituto e na Faculdade de Enfermagem/Faen-UFMT.

Assim, é oportunidade ímpar para a comunidade acadêmica da região participar de um congresso “em casa”, seja para divulgar conhecimentos aqui produzidos, compartilhar experiências nos Grupos Temáticos, bem como para participar das atividades programadas que abordam temas abrangentes que afetam a conjuntura nacional e a Saúde Coletiva. É a contribuição das Ciências Sociais e Humanas, na sua interface com a saúde, ao desenvolvimento da sociedade civil e política, da cidadania social e da formulação, problematização e proposição às questões sociais relativas à vida, ao ambiente e ao direito à saúde, sempre articulando os planos local, regional, global.

Abrasco: O tema do Congresso é “Pensamento crítico, emancipação e alteridade: agir em saúde na (ad)diversidade”. Qual é a importância dessa temática nos dias atuais?
Comissão Organizadora Local: Ressaltamos a pertinência do tema do Congresso diante da conjuntura ética e política atual e suas repercussões regionais com as tensões advindas do reconhecimento da diversidade contrastante com os retrocessos nas conquistas sociossanitárias, que não se dá sem resistências.

Abrasco: Como está sendo estimulada a participação dos estudantes de graduação e de pós-graduação no evento? Haverá monitoria?
Comissão Organizadora Local: A procura por parte dos alunos é intensa e estamos em processo de seleção. A Comissão Organizadora compôs subcomissões para assuntos específicos e parte dos alunos selecionados, que designamos “apoiadores”, já será inserido nelas. Outra parte deles será agregada gradualmente, conforme a necessidade, supondo que haverá maior demanda nos dias do evento propriamente, em que envolveremos o que designamos “monitores”. Esses auxiliarão no suporte às salas dos Grupos Temáticos – GTs, acompanharão convidados, intermediarão a necessidade de transporte (aeroporto, hotel, local do evento), informarão e orientarão sobre a localização dos espaços aos congressistas (vias, salas, auditórios) entre outras.

A participação tanto como apoiadores ou monitores é atrativa aos alunos em vários aspectos: pela oportunidade em poderem acompanhar como se dão os processos envolvidos na organização de um evento; por poderem acompanhar as discussões que se dão nos GTs nas salas que apoiarão; pela interação com os participantes de modo geral durante o evento; pela certificação desta participação pela Abrasco que poderá contar créditos como atividade complementar/programada nos cursos de graduação e de pós-graduação. Também negociaremos algumas isenções para minicursos e estamos buscando apoio junto às Reitorias, como no caso da Pró-reitoria de Assistência Estudantil – PRAE/UFMT para viabilizar transporte e refeições necessárias aos alunos envolvidos.

Abrasco: E dos profissionais dos serviços de saúde? Há parcerias com a SES/MT, com a SMS de Cuiabá e das cidades vizinhas para valorizar a participação dos profissionais?
Comissão Organizadora Local: A parceria entre Abrasco/UFMT/SES-MT para realização do 7º CBCSHS foi formalizada por meio de um Termo Especifico de Cooperação e são várias as formas de apoio da SES-MT, seja financiando parte das atividades, divulgando o evento internamente e nos seus 16 Escritórios Regionais de Saúde distribuídos no estado, mobilizando técnicos do seu quadro para participação nas discussões e atividades do Congresso, seja na proposição de GTs, minicursos e mesas redondas.

Na esfera municipal, nossa mobilização foi com o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde/Mato Grosso – Cosems/MT – que mantém, há tempos, outros projetos junto ao ISC-UFMT. Dada a sua capilaridade no estado, o Cosems-MT tem o potencial para divulgação do evento, mas também para sensibilizar e incentivar os gestores para apoiar e viabilizar a participação de seus técnicos nas atividades do Congresso. Conta inclusive com seus apoiadores (vinculados à Rede de Apoio do SUS) que podem ser mobilizados para intermediar, junto às SMSs, frente às demandas específicas relacionadas às atividades do Congresso.

Abrasco: Já foi iniciado um diálogo com os serviços locais, como hotéis e restaurantes, para receber mais de mil profissionais de saúde pública de todo o país?
Comissão Organizadora Local: Já identificamos e mapeamos vários hotéis de diferentes padrões, bem como os restaurantes próximos à UFMT e, oportunamente, disponibilizaremos esta relação, bem como serviços úteis, como bancos, fotocopiadoras, entre outros. Quanto à alimentação, além das possibilidades dos restaurantes comerciais, estamos buscando oferecer alternativas aos congressistas, como a pactuação para o funcionamento do Restaurante Universitário e de cantinas próximas às atividades do Congresso, além das comidas típicas que pretendemos viabilizar juntamente com a feira de artesanato local.

Abrasco: Uma das marcas dos eventos da Saúde Coletiva é a tenda da Educação Popular em Saúde, comumente batizada de Tenda Paulo Freire. Sua montagem está garantida no Congresso de Cuiabá?
Comissão Organizadora Local: Entendemos que a Tenda Paulo Freire, que é parte da programação do Congresso, com sua metodologia de rodas, problematização e diálogos, possibilita o acolhimento dos movimentos sociais, de pessoas engajadas na educação popular em saúde, além de estudantes, pessoas da comunidade, trabalhadores da saúde, gestores. Tal iniciativa promove o diálogo entre o saber cientifico e o popular, na perspectiva de uma concepção ampliada de educação como mediação social. Será uma honra receber esta diversidade de parceiros na construção da Tenda.

Abrasco: Outra marca de nossos congressos é uma programação cultural que valorize as manifestações locais. O que podemos adiantar para os participantes do que eles irão encontrar?
Comissão Organizadora Local: As ideias estão sendo traçadas por uma subcomissão específica, com profícuas parcerias com a Gerência de Projetos Culturais da Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência – Procev/UFMT e com a Secretaria Municipal de Cultura, que acolheu bem o Congresso.

Teremos atividades que ocorrerão no espaço do Teatro Universitário, como exposições de artistas plásticos e de fotógrafos como Mike Bueno – autor da fotografia que inspirou a logamarca do 7º CBCSHS e que pretendemos convidar.

Haverá, também, espaço para a cultura regional. Para citar alguns nomes, está prevista a apresentação do grupo indígena de música e dança Orquestra de Violinos do Povo Chiquitano; a apresentação do Siriri, uma dança típica regional, e a participação de Habel Dy Anjos, professor do curso de Música da UFMT e renomado pesquisador e divulgador da Viola-de-cocho no Brasil. Manoel de Barros, poeta-ícone do Pantanal, terá sua obra interpretada por Luciene Carvalho. Além disso, estamos programando outras apresentações rápidas, ao estilo pocket show, fora do espaço do Teatro Universitário e entremeadas ao longo da programação.

Por fim, para quem quiser esticar a estada após o Congresso e aproveitar o pós-feriado poderá fazer os passeios da Chapada dos Guimarães, a apenas 60km de Cuiabá, ou esticar um pouco mais e explorar a região de Nobres (125 Km de Cuiabá), com suas cavernas e águas límpidas para mergulhos.

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