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Debate sobre a violência no parto durante pré-congresso

Sabrina Lima e Ingrid Quintanilha - Cobertura Colaborativa Abrasco

A violência obstétrica e a necessidade de mudanças no acompanhamento de gestantes oferecido pelo Sistema Único de Saúde – SUS foram os principais temas do curso Violência obstétrica – tudo o que os gestores e profissionais de saúde precisam saber – coordenado por Sônia Lansky (da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte – MG) e Simone Diniz (da USP e membro do Grupo Temático Gênero e Saúde da Abrasco) oferecido no pré-congresso do Abrascão 2018, realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, na manhã do dia 25 de julho de 2018.

Durante o curso, pesquisadores e participantes debateram em uma roda de conversa casos de violência obstétrica e a falta de informação de gestantes e profissionais de saúde. Relatos de mulheres que chegam aos hospitais em trabalho de parto e não sabem dos seus direitos ou de como serão os procedimentos e ficam à mercê dos profissionais. Por outro lado, aquelas que são bem instruídas têm tratamento diferenciado e menores riscos de violências. Há mudança no tratamento com relação à cor, idade, classe social e outras discriminações.

Simone Diniz e Sônia Lansky têm projetos que visam a gestante e o que a cerca. Por exemplo, o acompanhante da mulher grávida não tem lugar confortável para esperar durante as várias horas de parto, apenas uma cadeira de plástico. As gestantes não sabem se podem escolher por um parto cesária ou normal, acreditam ser escolha médica. Sônia Lansky ressalta “Na verdade o parto não necessariamente precisa ser feito em um hospital.” Há também gestantes dependentes de álcool ou outras drogas que têm seus filhos (as) levados pela instituição onde deram à luz e depois disso são invisibilizadas.

As principais informações para gestantes são: todas que quiserem têm direito a comer quando são admitidas na maternidade, podem ter um acompanhante, e este tem direito a três refeições gratuitas, a escolha do parto é feita pela mulher, ela não precisa fazer força, é ilegal que médicos ou clínicas particulares cobrem para fazer o parto normal, quando uma gestante passa por aborto ou o feto nasce morto, ela tem os mesmo direitos que qualquer outra. Nenhuma violência física ou verbal deve ser tolerada por gestante ou profissional que presencie.

Voltado para especialistas da área de saúde, o curso também trouxe informações sobre as novas recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e outros órgãos que ainda não foram aderidas por médicos, enfermeiros e demais profissionais. Junto às pesquisadoras o grupo repensou o parto como ele é e como ele pode ser com as devidas melhorias.

Sabrina Lima e Ingrid Quintanilha são estudantes da Uerj e participaram do projeto de cobertura colaborativa para o Abrascão 2018, sob a supervisão de Vilma Reis, Bruno C. Dias e Hara Flaeschen

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