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Desafios e aprendizados da pandemia em mais uma edição do Esquenta Abrascão

Letícia Maçulo

Na última quinta-feira (23), aconteceu mais uma edição do #EsquentaAbrascão, evento preparatório para o Abrascão 2022.  Ainda em curso, a pandemia da Covid-19 lança consequências sobre a saúde da população, causando impactos econômicos, políticos, sociais, educacionais, psicológicos, tecnológicos, comunicacionais e éticos. Para debater os impactos, o encontro reuniu especialistas que colocaram em perspectiva os efeitos da pandemia na saúde indígena, na saúde da população negra, nos níveis epidemiológicos e nos lugares de tomada de decisão política. 

A pandemia se mostrou um evento complexo e capaz de evidenciar as desigualdades e vulnerabilidades da população brasileira, apresentando risco maior à vida de populações vulnerabilizadas e marginalizadas. Para Diana Anunciação a sociedade brasileira apresenta reflexos típicos de uma sociedade construída em uma perspectiva racista, colonialista e que apresenta o racismo estrutural como um de seus pilares fundamentais.  “Um dos grandes legados que percebemos com a pandemia é a representação de uma política de terror elaborada a partir de um discurso desviante, de atos criminosos e da construção de representações sociais estigmatizantes, fundadas em estereótipos racistas e que determinam quem poderia morrer”, afirma a pesquisadora e vice-presidente da Abrasco. 

Lançando olhar sobre a situação da população indígena, Marcos Sabaru atentou para o papel da articulação indígena durante a pandemia e sua importância para a garantia da saúde dessa população, a despeito do Governo Federal. “Como indígenas, nós temos esperança nas nossas divindades, na nossa cura, entendemos que a vacina foi um grande avanço, mas ainda estamos morrendo. Ainda não podemos fazer um balanço, pois a pandemia não acabou” afirma o , Assessor Político da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e dirigente da Articulação dos Povos e organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), que também reforçou a importância da pressão de movimentos como o Acampamento Terra Livre – 2022

O evento também contou com exposição de Gulnar Azevedo,  Professora Titular do Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ) e ex-presidente da Abrasco; Lucas Rodrigo B.Leite, Professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Ricardo Teixeira , Professor Titular do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (DMP/FM/USP). 

A coordenação foi de Estela Aquino, Professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia e vice-presidente da Abrasco (ISC/UFBA/Abrasco); Lígia Kerr, Professora da Universidade Federal do Ceará e vice-presidente da Abrasco (UFC/Abrasco) e Pedro Cruz, Professor da Universidade Federal da Paraíba e Conselheiro da Abrasco (UFPB, Abrasco). 


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