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Diversidade e unidade marcam o encerramento do EPI 2021

Um congresso que superou todos os desafios impostos e conseguiu manter e valorizar a diversidade e a unidade que marcam tanto a área como o campo da Saúde Coletiva. Realizada na tarde de 26 de novembro, a cerimônia de encerramento do 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia – EPI 2021 celebrou o esforço coletivo e sinalizou a necessidade de ação conjunta e crítica para a superação da pandemia.

A cerimônia teve condução de Lígia Kerr, presidente do Congresso. O primeiro ato foi a leitura dos trabalhos premiados com menção honrosa pela Comissão Científica. “A avaliação considerou as seguintes dimensões: originalidade dos trabalhos, adequação dos métodos utilizados, qualidade da apresentação, relevância dos resultados e articulação entre objetivo, métodos e conclusões, bem como diversidade temática e compromisso do trabalho com a saúde da população brasileira”, disse Luana Giatti Gonçalves, pela Comissão Avaliadora integrante da Comissão Científica. Clique acesse a lista dos e das premiadas.

Na sequência, Thiago Barreto, Secretário Executivo da Abrasco, apresentou os números finais do EPI 2021. Dos 3.583 inscritos, 2.794 credenciaram-se e estiveram presentes nos 5 dias do evento. Do total de inscritos, 20% são estudantes de graduação, cerca de 40% estudantes da pós-graduação, e demais profissionais e docentes. Da parte científica, foram submetidos, ao total, 4.419 trabalhos. Desse montante, 360 resumos foram aprovados para as sessões de Comunicação Oral Coordenada, sendo 340 efetivamente apresentados. Já na modalidade pôster eletrônico foram aprovados 3.470 trabalhos e, apresentados, 2.823. Todo o conteúdo do evento está disponível aos congressistas por mês, utilizando os mesmos login e senha para acesso à plataforma virtual.

Barreto também fez a leitura da nova composição da Comissão de Epidemiologia da Abrasco, responsável pela condução política do legado do EPI 2021 e construção dos próximos eventos da área. Ao todo, 47 instituições enviaram representantes, 12 a mais da atual composição, destacou o Secretário Executivo.

Moções e Carta dos epidemiologistas à população brasileira: Três moções foram submetidas às comissões do evento. A Moção em defesa da qualidade e disponibilidade das bases de dados de interesse para a saúde, a ser encaminhada ao IBGE foi lida por Edna Araújo, destacando a necessidade de dados sobre as populações negra e indígena. Tania Araújo fez a leitura da Moção em defesa do Sistema Nacional de Pós-Graduação Brasileiro, no qual é denunciado o quadro de desmonte da Capes e asfixia do seu processo de avaliação. Por fim, Laio Magno leu a Moção de apoio à realização do Censo Demográfico. As três moções foram aclamadas e aprovadas pela audiência da sessão.

Coube à presidente Lígia Kerr a leitura da “Carta dos epidemiologistas à população brasileira”. O documento sinalizou a necessidade de uma saída crítica e coletiva das crises sanitária e política. “Temos a certeza de que a saída da atual crise sanitária deverá ser de forma coletiva. É urgente fortalecer o SUS para que ele possa responder aos desafios atuais e futuros, assim como defender, de forma incondicional, todas as instituições brasileiras de ensino e pesquisa. Nosso compromisso é com a diminuição das desigualdades e com a garantia de acesso universal e público às ações de saúde e à educação. Assim sendo, apelamos para que toda a população entenda que a pandemia de COVID-19 não terminou, é necessário que todos tenham acesso a vacinação completa e que sigam as medidas de saúde pública que há quase dois anos repetimos em todos os espaços insistentemente: máscaras, distanciamento físico e evitar aglomerações. Clique e acesse na íntegra.

Nas saudações finais, Thiago Barreto destacou o trabalho das muitas pessoas que tornaram possível a realização de um congresso que, por conta da pandemia, levou quase 2 anos de organização: cerca de 60 voluntários nas sessões de comunicação coordenada e os mais de 30 profissionais reunidos no backstage, integrantes das empresas Método Eventos Científico, responsável pela Secretaria Científica, e Widecam, responsável pelo ambiente virtual , trabalhadores da equipe de TI da Fiocruz e da ENSP e funcionários da Secretaria Executiva, além de agradecer a parceria com as Comissões do evento e apoio da diretoria da Associação.

Pela Comissão Científica, Tania Araújo ressaltou o processo de construção coletiva e participativa, com vários momentos de concordância, mas também de diferenças e revisões. “Essa Comissão teve um único encontro presencial em Fortaleza. No mais, foi tudo decidido, discutido e dialogado por meio das Tecnologias da Informação. Como resultado, foram 62 mesas-redondas, 5 sessões especiais, 10 lançamento de livros, 28 cursos e 10 Conferências. São números que evidenciam o esforço da comunidade da Epidemiologia brasileira”.  

Em sua mensagem final, a presidente do EPI 2021 agradeceu as direções da Abrasco que apoioaram o evento: as gestões de Gulnar Azevedo e Silva e de Rosana Onocko Campos, e lamentou a “crise ter impedido a parte gostosa de um evento, que é ver, abraçar, conversar e conhecer melhor as pessoas”. O que não impediu avanços. “Saímos fortalecidos, apesar de todos os problemas e adversidades, e já está começando um novo tempo. O anúncio de uma nova variante, que pode ser ainda mais transmissível, não vai esmorecer a epidemiologia brasileira na busca de superações científicas nem na luta pela democracia”, finalizou Lígia Kerr.

Rosana Onocko encerrou falando do orgulho e da alegria de a Abrasco ter tido a coragem e a capacidade de conduzir tão bem o seu segundo congresso virtual do ano de 2021, o primeiro evento de grande porte. “Tivemos um show da Epidemiologia brasileira, uma área viva, forte, engajada e compromissada com o SUS e com a sociedade brasileira. Isso mostra o quanto é fundamental para a Saúde Coletiva uma área fundante e fortemente enraizada”, ressaltou a presidente da Abrasco, felicitando a grande participação de graduandos no evento, e convocando todos a se prepararem para o próximo Congresso da Associação. “Depois de um vitorioso congresso virtual com mais de 3.500 pessoas, podemos dizer com orgulho e alegria contínua que estamos planejando o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – o Abrascão, em formato presencial, a ser realizado em Salvador, no ano que vem. Se tudo correr bem e o vírus deixar – esperamos que não seja nada violenta essa nova variante – convido todos para já irem se preparando para esse momento em que poderemos nos abraçar de novo!”

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