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Documento assinado por instituições de saúde de todo mundo traz alertas sobre segunda onda de Covid-19

Pedro Martins

A Abrasco assinou junto com diversas instituições de pesquisa da área da saúde de todo o mundo o John Snow Memorandum. O documento traz apontamentos sobre a segunda onda da Covid-19 em países europeus perto da entrada do inverno no hemisfério norte, apontando a provável necessidade de novas restrições para se evitar um maior e mais rápido contágio da população. Os signatários trazem ainda a necessidade de um olhar atento sobre as desigualdades sociais: “Medidas eficazes para suprimir e controlar a transmissão precisam de ser amplamente implementadas e devem ser apoiadas por programas financeiros e sociais que incentivem as respostas da comunidade e abordem as desigualdades que foram ampliadas pela pandemia”.

+ Leia o John Snow Memorandum em português e a versão oficial em inglês

Com a chegada da segunda onda e uma diminuição da confiança da população nas medidas restritivas, ampliou-se também a abordagem de que seria possível atingir uma suposta imunidade de grupo. Entretanto, o Memorando reafirma que tal teoria “é uma falácia perigosa sem suporte de evidência científica”.

Por conta disso, o documento aponta ainda que as restrições são a melhor medida para detectar novos surtos e se ter uma resposta rápida com teste, rastreio, isolamento e suporte para que a vida possa regressar ao quase normal sem a necessidade de restrições generalizadas. E aos que tentam contrapor tais medidas controle à segurança econômica, o documento responde: “A proteção das nossas economias está intimamente ligada ao controle da Covid-19. Devemos proteger nossa força de trabalho e evitar incertezas de longo prazo”.

Por fim, o Memorando aponta a necessidade de que os países construam respostas robustas de saúde pública, como as experiências exitosas do Japão, Vietnã e Nova Zelândia: “A evidência é muito clara: controlar a disseminação da Covid-19 pela comunidade é a melhor maneira de proteger as nossas sociedades e economias até que vacinas e terapêuticas seguras e eficazes cheguem, nos próximos meses”.

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