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Edital da Faperj contempla revista Ciência & Saúde Coletiva

Isabela Schincariol, do Informe ENSP

Buscando aumentar e aperfeiçoar a produção e a qualidade da publicação Ciência & Saúde Coletiva , a pesquisadora da ENSP e editora-chefe da revista, Maria Cecília de Souza Minayo, foi contemplada na terceira edição do edital de Apoio à Publicação de Periódicos Científicos e Tecnológicos Institucionais, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Cecília ressaltou que o país deu passos importantes no incentivo de produção da ciência, porém, no campo da divulgação científica, ainda existe um nó. A publicação é um espaço científico de discussões, debates, apresentação de pesquisas, exposição de novas ideias e controvérsias sobre a área. No decorrer de sua história, apresentou visível crescimento de participação de autores nacionais e internacionais e do número de artigos publicados. A publicação é editada pela Abrasco.

A editora-chefe da revista, que também é coordenadora científica do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Carelli da Escola (Claves/ENSP/Fiocruz), advertiu que no processo de trabalho científico a parte mais pobre, vulnerável e descoberta é a divulgação científica que, segundo ela, se constitui em si mesmo, em um processo complexo, caro e subfinanciado. Cecília alertou que todos os pesquisadores precisam tomar consciência de uma melhor compreensão da divulgação científica. Para ela, “ciência que não é conhecida porque não é divulgada e, portanto, não é lida e compartilhada, não existe”.

A pesquisadora apontou que, felizmente, nos últimos anos, as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Faps) têm dado um fôlego maior à revistas científicas. Neste sentido, disse ela, “tem sido fundamental o papel da Faperj, que abre várias possibilidades, embora os financiamentos ainda sejam reduzidos”. Segundo Cecília, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) também tem papel relevante nessa questão, em especial na tentativa de imbricar interesses referentes às descobertas científicas, de inovações e das empresas nacionais. Além disso, comentou ela, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) estão aí para provar a efetividade das políticas de fomento.

“É claro que podemos fazer muito mais. No entanto, acredito que o país esteja caminhando no rumo certo. Gostaria que essa caminhada fosse mais acelerada, como têm feito países asiáticos, entre eles a China e a Coréia do Sul, mas a direção está bem traçada, apesar do financiamento para as revistas científicas ainda ser irrisório”, considerou Cecília (fotografia de Virginia Damas).

Segundo ela, neste edital, o CNPq e a Capes se uniram para distribuir um incentivo ínfimo para um conjunto de periódicos, pois geralmente o financiamento federal não recobre os gastos com uma revista. “Para nós, os editores científicos contemplados, que sempre recebemos agradecidos, o significado dessa outorga é a chancela da qualidade da revista contemplada”, defendeu Cecília.  A pesquisadora lembrou que todas as vezes que solicitou foi contemplada com algum aporte de recurso pela Faperj, instituição a qual ela sinceramente agradece e deseja uma vida longa e sempre produtiva.

 Desde a sua criação, em 1996, a publicação cumpre fielmente requisitos de periodicidade e de normalização para publicação científica seguindo as regras da Convenção de Vancouver, habitualmente utilizadas pelas áreas de medicina e saúde pública. Ela tem periodicidade mensal e é editada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). A Ciência & Saúde Coletiva é uma publicação nacional e conta com a colaboração de pesquisadores de países de língua inglesa, francesa e espanhola.

Além de receber este incentivo da Faperj para a Ciência & Saúde Coletiva, neste momento, por exemplo, contou Cecília, foi produzida outra revista, também com o apoio da Faperj, sobre saúde e bem estar na infância e adolescência. Nela foram publicados artigos de pesquisadores de todo o país e em colaboração com o Canadá. “Mesmo sem saber o quanto receberemos, qualquer aporte é muito bem-vindo em um momento em que estamos tentando nos mover rumo a maior internacionalização dessa Revista”, ressaltou.

 O programa da Faperj visa contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, ambiental e social do estado. Ele irá apoiar a editoração e publicação de periódicos científicos e tecnológicos brasileiros, mantidos e editados por instituições científicas e tecnológicas sediadas no estado do Rio de Janeiro, ou sociedades científicas brasileiras, impressos ou por via eletrônica, em todas as áreas de conhecimento. Ao todo, 49 projetos foram contemplados neste edital. Entre eles, 5 na Fiocruz e 1 na ENSP.

 O edital poderá custear despesas de capital, como aquisição de materiais permanentes e de equipamentos, despesas de custeio, como serviços de terceiros e material de consumo e componentes ou peças de reposição.

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