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Lígia Kerr e Lúcia Souto falam sobre o Plano de Enfrentamento à Covid-19

No programa do jornal Le Monde Diplomatique Brasil na Rede TVT, Silvio Caccia Bava recebeu  as sanitaristas Lúcia Souto, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz) e presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), e Lígia Kerr, professora do Departamento de Medicina Comunitária da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro da Comissão de Epidemiologia da Abrasco, para o debate “Como enfrentar a Covid-19?”. As pesquisadoras falaram do lançamento do Plano de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19, sobre a evolução da doença no Brasil e quais os desafios que temos.

Sobre o lançamento do Plano, Lúcia Souto afirmou que a atividade reuniu inúmeras entidades da sociedade civil, parlamentares, gestores e movimentos sociais e que, no momento atual, diante da lacuna do Ministério da Saúde, era imprescindível colocar para debate público na sociedade brasileira. “É um plano com uma metodologia participativa, inúmeras pessoas construíram, e é um plano vivo, aberto ainda às contribuições de quem quiser colaborar”, afirmou.

Lígia Kerr ressaltou que o Plano, uma das ações da Frente Pela Vida, luta pela ciência e pela preservação da vida e destaca a importância do Sistema Único de Saúde, além de “resgatar valores que estão sendo esquecidos na nossa sociedade, como a solidariedade, e reabilitar a nossa democracia, que está tão abalada”.

Integrante da Comissão de Epidemiologia da Abrasco, Lígia Kerr disse que é preciso lutar pelas universidades públicas, que estão sendo atacadas, e pela ciência, hoje ridicularizada, e que a área de ciência e tecnologia “sofre cortes no financiamento nos últimos anos, principalmente nos governos Temer e Bolsonaro, inclusive com cortes de bolsas para alunos”.

Relembrando os altos números de casos da Covid-19 no Brasil, se aproximando de dois milhões, a abrasquiana destacou as  várias circunstâncias para que a situação tenha chegado a esse ponto e citou as desigualdades territoriais, as sociais, as econômicas, as raciais e as étnicas.

Ao citar frases irresponsáveis e jocosas do presidente da República, Lígia reforçou : “A atuação do governo federal permitiu que isso acontesse, ao desmoralizar e banalizar essa doença […] Sim, vamos todos morrer, mas essa epidemia tem mostrado que vamos morrer de formas diferentes, porque tem gente que tem mais chance e gente que tem menos chance de morrer dessa doença”.

Lúcia Souto afirmou que a situação é gravíssima no país e acredita que, nos casos dos povos indígenas, “vivemos uma política de genocídio ostensiva do governo federal, inclusive com denúncias em organismos internacionais”, disse. A pesquisadora ressaltou ainda que, “além dessa epidemia que continua, o que está sendo apontado por todas as pessoas especializadas na área, nós temos uma confusão proposital do governo para criar um caos, para criar uma realidade de confusão no país inteiro, porque não há um alinhamento, uma nação alinhada em torno de um plano de enfrentamento em uma situação sem precedentes”.

Assista ao debate na íntegra:

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