Arte, política, emoção e saudade. Sentimentos e conceitos que marcaram a vida de Marcus Vinicius de Oliveira e que estiveram também presentes na homenagem póstuma a ele realizada na quinta-feira, 18 de fevereiro, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
+ Leia a nota de pesar da Abrasco – Marcus Matraga: Presente!
Logo na entrada, uma exposição mostrou por meio de fotos e textos a história, os afetos e as ideias de Marcus Matraga, como era conhecido o professor aposentado do Instituto de Psicologia, pós-graduado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA), e reconhecido militante da Reforma Psiquiátrica e da luta pelos Direitos Humanos, e que foi sequestrado e assassinado na noite de 05 de fevereiro, no povoado de Pirajuía, município de Jaguaripe, onde residia.
Um lotado salão mostrou a importância de Marcus Matraga e transformou o silêncio do luto em músicas e poesias entoadas e declamadas por amigos. Um grupo de teatro formado por usuários de unidades da RAPS por onde ele passou fez uma apresentação emocionante.
Na sequência, depoimentos ao vivo e em vídeo relembraram o compromisso militante de Marcus Matraga com o ideal de uma sociedade justa, igualitária e, principalmente sem preconceitos. A celebração contou com cobertura da imprensa local. Confira a matéria da Rede Bahia de Televisão.
Diversos professores e pesquisadores do ISC/UFBA, como Jairnilson Paim, Luiz Eugenio de Souza, Lígia Vieira, Monique Esperidião, Mônica Nunes, Leny Trad, Ana Souto, Carmen Teixeira, Eduardo Mota, Isabela Teixeira, Guadalupe Medina, Aladilce, Vladia Jucá, entre outros, estiveram presentes à cerimônia.
Também presente à homenagem, José Antônio Sestelo, vice-presidente da Abrasco, destaca a falta de respostas sobre um crime tão hediondo. “O Reitor João Carlos tem se destacado como uma voz ativa na cobrança de uma investigação ágil e efetiva sobre a autoria material e intelectual do crime, bem como no julgamento e na justa punição aos culpados. Infelizmente, não temos percebido o mesmo envolvimento da parte de outras autoridades importantes, como o governador do estado ou o ministro da justiça. Tomara que estejamos enganados e que essas pessoas de fato cumpram com sua obrigação”, disse Sestelo, que relembrou também a visão de Marcus Matraga sobre a luta da Saúde Mental.
“Ele defendia uma sociedade onde haja espaço para todas as pessoas viverem sem preconceitos, violências, discriminações ou exclusões. O fato de uma pessoa que pensa desse jeito ser covardemente assassinada é muito triste e revela que há muito por fazer para honrar a sua memória”.
Convidamos a docentes e pesquisadores de todas as partes do país que conviveram com Marcus “Matraga” Vinícius de Oliveira a deixarem memórias e lembranças de suas convivências com ele no campo de comentários, abaixo. Marcus Matraga, presente!