Promovido pela Comissão Científica junto com a Coordenação Nacional de Estudantes de Graduação em Saúde Coletiva – CONESC – e o Fórum de Graduação em Saúde Coletiva, a sessão “Diálogos entre gerações: fortalecer nossas raízes e renovar expectativas de futuro para a epidemiologia” possibilitou um momento de troca único no 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia – EPI 2021, na tarde do primeiro dia do evento.
O bate-papo contou com a participação dos epidemiologistas Roberto de Andrade Medronho (UFRJ) e Maria Yury Travassos Ichihara (Cidacs/Fiocruz), ambos epidemiologistas experientes, com longo histórico de contribuições para a saúde coletiva no país.
A condução da sessão foi de Livia de Souza Maia, integrante da Coordenação do Fórum de Graduação e docente da UFPE/CAV. Para organização da sessão, um questionário foi aberto para estímulo de questões e dúvidas. Entre os comentários e as perguntas, a formação do epidemiologista; possibilidades, potenciais e limites de atuação nos serviços de saúde, no ensino, na pesquisa e na extensão acadêmica; e as perspectivas e desafios para o futuro epidemiologia.
Maria Yury disse dos novos caminhos que a tecnologia tem possibilitado para a Epidemiologia. “A Ciência de dados vai fazer emergir uma nova epidemiologia, que seguirá com a tarefa de entender o processo saúde doença em todas as suas fases, da moleculares a sociais, levando em consideração as diferentes ferramentas, como big data.
Para ela, a Epidemiologia precisa estar preparada para antecipar cenários. “Teremos essa necessidade de estar prontos resolvendo questões da sociedade”.
Já Medronho destacou o sentido que orientou a criação da Graduação em Saúde Coletiva. “Criamos a graduação para formar sanitaristas. Percebíamos que os jovens profissionais chegavam com uma visão biologicista e reduzida do que é a doença.”
O docente ressaltou que a presença da Epidemiologia nos serviços de saúde fez com que se criasse uma rede colaborativa no país inteiro, com uma visão bem ampla e inserção na tomada de decisões na gestão. “Espera-se que os mais jovens insistam e continuem trabalhando. A Covid nos trouxe uma série de possibilidades”, concluiu Medronho.
Para Lívia, a sessão cumpriu um importante papel ao estimular o debate e aproximar gerações de epidemiologistas para refletir sobre os acertos no percurso trilhado pela ciência no país e, ao mesmo tempo, provocar reflexões sobre demandas e desafios futuros. “Possibilitou ainda afirmar a relevância da graduação em saúde coletiva enquanto estratégia para o fortalecimento do SUS”, destacando o interesse do desdobramento do debate para outros e novos espaços.