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Encontro Nacional do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva 2025.2 debate plano de ação e elege nova coordenação

A segunda edição de 2025 do Encontro Nacional do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (FCPGSC) da Abrasco ocorreu durante esta quinta-feira (27), na sede da Fiocruz Brasília, no Distrito Federal. Ao longo do evento, coordenadores e representantes de 93 programas de pós-graduação organizaram os grupos de trabalho para colocar em prática o plano de ação do Fórum para 2025-2027, elegeram a nova coordenadora e debateram sobre a avaliação quadrienal 2021-2024 dos programas de pós-graduação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A reunião fez parte da programação pré-Abrascão. 

A Mesa de Abertura contou com a participação do presidente da Abrasco, Rômulo Paes de Sousa; da vice-presidente da Abrasco, Carmem Leitão; da coordenadora do FCPGSC, Elyne Engstrom; do coordenador da área de Saúde Coletiva da CAPES, Bernardo Horta; e da diretora executiva da Escola de Governo Fiocruz Brasília, Luciana Sepúlveda. Rômulo Paes refletiu sobre a importância da atividade para o campo da Saúde Coletiva. “Esses encontros do FCPGSC estão entre as atividades mais importantes desempenhadas pela Abrasco. Parte da essência do que nós fazemos depende da formação, agregada à pesquisa, que define a Saúde Coletiva. Então, o que nos define como campo e área de atividade profissional depende muito dos programas de pós-graduação”, afirmou. 

Avaliação Quadrienal 2021-2024 

A segunda atividade do Encontro Nacional do FCPGSC foi o painel “Reflexões sobre a Avaliação Quadrienal 2021-2024”, conduzido pelo coordenador da área de Saúde Coletiva da CAPES, Bernardo Horta; pela coordenadora adjunta de programas acadêmicos, Aylene Bousquat; e pelo coordenador adjunto de programas profissionais, Alberto Novaes Ramos. Os painelistas detalharam durante a conversa como foi o processo de avaliação na área de Saúde Coletiva. Os resultados devem sair no dia 12 de janeiro de 2026. 

A Avaliação Quadrienal é uma política pública de Estado, um sistema de avaliação, coordenado pela CAPES, com o objetivo de supervisionar a qualidade da pós-graduação brasileira. Os resultados da Avaliação Quadrienal são expressos em notas, numa escala de 1 a 7. Os programas que recebem notas 1 e 2 entram em processo de desativação. Os programas que recebem notas de 3 a 7 estão em funcionamento. Notas superiores a 5 somente são atribuídas a programas com elevado padrão de excelência.

Desta vez, por questões jurídicas, foi utilizada a mesma ficha da avaliação de 2017-2020. Ao todo, 98 programas passaram pelo processo. De acordo com os coordenadores da área de Saúde Coletiva, a avaliação contou com duas comissões: uma voltada aos programas acadêmicos, com 47 avaliadores; e a outra voltada aos programas profissionais, com 37 avaliadores.

A equipe consolidou os dados enviados pelos programas no quadriênio e calculou os indicadores, além de realizar as avaliações qualitativas. Cada PPG contou com dois avaliadores e os critérios considerados foram: 

  • títulos e resumos dos produtos finais;
  • trajetória dos egressos; 
  • cinco produtos finais de destaque;
  • classificação da produção de destaque;
  • produtos indicados;
  • e os casos de sucesso. 

O coordenador Alberto Novaes Ramos explicou que foram feitos esforços para trazer mais diversidade ao processo de avaliação. “A área fez um exercício importante de buscar, não apenas a diversidade regional, mas também de gênero, raça, cor, etnia e, sobretudo, maturidade dos programas. Então, essa iniciativa foi muito interessante”, declarou. 

Os avaliadores se debruçaram sobre a produção científica dos programas de pós-graduação. Segundo os dados consolidados, cada docente da área publicou cinco artigos em revistas científicas por ano, a maior parte em periódicos A1 e A2. Já os livros acadêmicos somaram 975. Desse total, 587 figuravam nos primeiros três primeiros estratos, com as melhores classificações ( L1: 49, L2: 151 e L3: 387)

O coordenador Bernardo Horta avalia que os números indicam o crescimento da área. “Neste quadriênio, tivemos as primeiras defesas de teses de doutorados profissionais. Observamos um aumento nos programas profissionais do número de dissertações defendidas e, nos programas acadêmicos, temos uma estabilidade no número de dissertações, mas um aumento importante na defesa de teses de doutorado, o que mostra o crescimento da área”, registrou 

Produção técnica e tecnológica na Saúde Coletiva 

A atividade que abriu os trabalhos da tarde foi o painel “Produção técnica e tecnológica na SC”, com o objetivo de trazer experiências sobre os Produtos Técnicos/Tecnológicos (PTTs), uma produção acadêmica que se diferencia pela aplicação de conhecimentos científicos em resultados palpáveis, usada diretamente na solução de problemas. 

A conversa foi mediada pela coordenadora do FCPGSC, Carla Pacheco Teixeira. As painelistas convidadas foram a professora Katia Senna, da coordenação do Mestrado Profissional em Avaliação de Tecnologias em Saúde do Instituto Nacional de Cardiologia (INC); a professora Sydia Oliveira, do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Fiocruz Pernambuco; e a professora Monique Azevedo Esperidião, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) 

Foram apresentadas, durante o painel, as experiências de cada um desses PPGs com a aplicação dos PTTs nos cursos. A professora Monique Esperidião trouxe alguns exemplos do ISC/UFBA, como o projeto OBSERVACOVID e o Glossário de Análise Política em Saúde. Para a pesquisadora, é preciso avançar no debate sobre essa modalidade.“É necessária a valorização de uma cultura científica que, de fato, avance para pensar a validação e a valorização dos produtos técnicos”, explicou.

A professora Sydia Oliveira relatou a experiência da Fiocruz Pernambuco, que implementou o primeiro doutorado do tipo profissional das regiões Norte e Nordeste. A equipe estruturou disciplinas, manuais e documentos para auxiliar os alunos na construção dos PTTs. Eles ainda montaram uma página na Internet para divulgar os produtos resultantes da pesquisa. “É a experiência de 20 anos de programa profissional em Pernambuco. É uma construção coletiva, que culmina num conjunto de iniciativas voltadas aos PTTs”, afirmou. 

Plano de ação do FCPGSC e eleição da nova coordenação 

Por fim, os coordenadores do FCPGSC compartilharam com os participantes a importância da formação dos grupos de trabalho que serão responsáveis pela implementação do Plano de Ação do FCPGSC. Esse documento é resultado das atividades de planejamento das atividades do Fórum para 2025-2027, iniciadas no primeiro Encontro Nacional, realizado este ano em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Os eixos discutidos são: aprimoramento da gestão do FCPGSC; o fortalecimento da sustentabilidade dos programas e políticas afirmativas. 

Logo depois, realizaram a eleição para a nova coordenação do FCPGSC. A professora ISC/UFBA Catharina Leite Matos Soares foi a escolhida. O próximo Encontro Nacional acontecerá no primeiro semestre de 2026. 

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