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ENSP celebra 60 anos resgatando história

Bruno C. Dias

Uma instituição que inaugura e traz a essência do pensamento sanitário brasileiro. Ao completar 60 anos de fundação, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) retoma suas origens e momentos mais importantes na celebração da data.

A abertura das comemorações aconteceu nesta quarta-feira, 3 de setembro, no Salão Internacional, com a exibição de um pequeno trecho do documentário comemorativo. À mesa, Hermano Castro, diretor da unidade, convidou os presentes a vivenciarem o conjunto das atividades e fazer uma reflexão sobre os caminhos da Saúde Coletiva. “A Escola tem profunda ligação com o pensamento sanitário brasileiro, que renasce a cada dia nas suas atividades, bem como os movimentos sociais”.

Na sequência, Ana Costa, presidente do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes), destacou o caminho conjunto traçados pelas duas instituições. “Estar aqui hoje nos convoca a pensar na luta do movimento da Reforma Sanitária brasileira, pois daqui sairam importantes nomes dessa história. O Cebes tem 38 anos, começamos com uma ENSP ainda jovem e sempre tivemos abrigo aqui”.

Ligia Bahia, conselheira da Abrasco e professora do IESC/UFRJ, fez um chamamento convocando todos a ser sentir parte da história da Escola. “Fui aluna da casa e muito me honra em estar aqui, principalmente ao ver dois professores que foram fundamentais na formação do meu pensamento: Adolfo Chorni e Paulo Sebroza. Somos ENSP, pois tem ENSP no IESC da UFRJ, no ISC da UFBA, em Pelotas, no Maranhão. Essa disseminação nos dá uma boa posição para enfrentarmos os desafios do século XXI, pois temos muito a dizer sobre políticas de Saúde”, disse Lígia, que propôs que a Escola puxe o debate sobre o setor saúde nas eleições presidenciais.

A última fala da solenidade foi de Paulo Gadelha, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, que também passou pelos bancos da Escola em seu doutoramento, e se valeu do chamamento da conselheira da Abrasco. “Somos ENSP porque damos continuação a um pensamento sobre saúde, e que nos convoca nesse importante momento de encruzilhada do país”. Gadelha destacou ainda a aprovação da Carta Política no VII Congresso Interno da Fundação, construído pela comunidade da Fiocruz e com muitos pontos convergentes com as construções políticas defendidas pela Abrasco e Cebes, principalmente na defesa dos sistemas de saúde. “Vemos no mundo o atual debate sobre a saúde com a defesa do projeto da cobertura universal em detrimento de valores como a equidade, a igualdade e a universalidade no atendimento. Estar aqui nós faz reforçar nossa visão sobre a centralidade dos sistemas de saúde, que tem nesta Escola um celeiro de produção de conhecimento”.

Participaram ainda da cerimônia Marcos Esner Musafir, secretário de saúde do Estado do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, secretário municipal de saúde da cidade do Rio de Janeiro, e Justa Helena Franco, vice-presidente da Associação de funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc). Mesas redondas e debates compõem as atividades até sexta-feira, 5 de setembro. Acompanhe aqui a programação das comemorações dos 60 anos da ENSP.

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