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Movimentos internacionais marcam presença no Abrascão 2022

Letícia Maçulo

Diversas instituições e movimentos internacionais de saúde marcaram presença na programação do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2022). Durante o pré-congresso, ações da International Union for Health Promotion and Education (IUHPE) e da Women in Global Health (WGH Brazil) e do Movimento Pela Saúde dos Povos (People Health Movement) reforçaram a potência do Congresso no campo da Saúde Coletiva e seus reflexos na produção de conhecimento a nível global.

Pela manhã do sábado (19), a oficina regional latino-americana da IUHPE reuniu especialistas em promoção da saúde para debater ações de fortalecimento para as relações latino-americanas. Após anos de pandemia, a discussão sobre promoção de saúde vai além da reconstrução desses mecanismos. “Creio que teremos desafios e neste momento pós pandêmico teremos novos desafios para a saúde, um deles é como podemos articular as fortalezas construídas e os novos desafios que teremos que enfrentar para a promoção da saúde.”, afirma Blanca Patricia, responsável pela região Andina.

Para Marco Akerman, integrante do GT Promoção de Saúde/Abrasco, é preciso expandir o olhar para além da América Latina. “Precisamos fortalecer a relação entre países da língua portuguesa, principalmente os países do continente africano. Ir além da América Latina, para que tenhamos força para pautar o debate internacional.”, afirma.

Já na tarde de sábado, pesquisadoras de todo o Brasil se reuniram para debater os desafios da garantia da saúde das mulheres no lançamento do capítulo brasileiro do Movimento Women in Global Health. Presente no Brasil desde 2021, o movimento, liderado por mulheres, busca diminuir a desigualdade de gênero, garantindo a presença e igual participação das mulheres na ciência, na produção de conhecimento e em cargos de lideranças no campo da saúde.

Para a cientista Flávia Virginio, vice-presidente WGH Brazil, o foco da atuação em terras brasileiras é a garantia da igualdade: “Acreditamos que todas as pessoas têm o direito não só ao acesso a saúde, como também ao alcance de diferentes níveis de participação na liderança e na tomada de decisões em saúde, independentemente de seu gênero, sexualidade deficiência, cultura, região geográfica, ou status socioeconômicos.”

A escolha do Abrascão 2022 para o lançamento do capítulo foi oportuna: “Pra gente foi um prazer enorme ter a oportunidade de lançar esse capítulo da Women in Global Health no Abrascão. O congresso trata sobre a saúde coletiva e a nossa proposta hoje foi justamente perguntar quem cuida da saúde da mulher que é profissional da saúde e, que cuida de outras pessoas. Certamente plantamos muitas sementes para que esses questionamentos sejam levados adiante”, afirma Flávia. A expectativa do movimento é seguir melhorando as políticas públicas, pensar na saúde da mulher e mudar a realidade das brasileiras.

Confira o site do WGH Brazil

Já no domingo (20), atividades do Movimento Pela Saúde dos Povos (People Health Movement) fortaleceram o debate sobre a garantia da saúde da população mundial, lançando olhar para a América Latina e pensando propostas para garantir a soberania e o fortalecimento dos sistemas de saúde. Para Maria de Luz Martínez, responsável pelo eixo da América do Sul do movimento, o caminho para o fortalecimento da saúde passa pela descolonização do pensamento e da história desses países. “Nosso objetivo de transformar os sistemas de saúde da América Latina significa soberania sanitária e alimentar, construir poder popular, priorizar o conhecimento e saberes ancestrais, garantir a equidade, trabalhar o espírito comunitário. Significa também interseccionalidade de gênero, de classe, de território. E também uma busca pela humanização dos sistemas sanitários.”, conclui.

Confira a transmissão da mesa
Confira acobertura do MSP

Acesse a galeria de fotos do Abrascão 2022 no Flickr

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