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Entidades manifestam-se diante da falta de autoridade sanitária no país

Nelson Teich ao fim da coletiva na qual anunciou sua saída, em 15 de maio – Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Menos de um mês, mais precisamente 28 dias. Esse foi o tempo que Nelson Teich permaneceu à frente do Ministério da Saúde (MS) até o anúncio da sua demissão em 15 de maio. O oncologista havia assumido o cargo após a demissão de Luiz Henrique Mandetta, em 16 de abril. Com a queda de Teich, o general Eduardo Pazuello, secretário-executivo indicado diretamente pelo presidente da República, está como interino no cargo de maior autoridade sanitária do país. Após o anúncio, muitas entidades manifestaram-se tanto por meio de declarações à imprensa como por notas públicas.

Ouvida pela reportagem de O Globo, Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco, ressaltou o perigo que essas sucessivas mudanças podem provocar à saúde dos brasileiros e também das demais nações. “É uma vergonha termos um presidente que diz o que diz, que vai na contramão de todos os outros países e insiste no uso de um remédio que ainda não tem eficácia comprovada. Infelizmente o Brasil vai se tornar, muito em breve, o epicentro da pandemia se continuarmos seguindo as recomendações do presidente” disse a docente. Foram ouvidos também Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC);  Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI); e Natalia Pasternak, Presidente do Instituto Questão de Ciência. Clique e acesse a publicação.

Em nota, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), também citado na matéria de O Globo, repudiou o caos na gestão do Ministério da Saúde. “A retirada de autoridade e autonomia dos ministros vem se tornando uma constante neste governo, que zela pelo capital implacável sem se compadecer com o sofrimento, o empobrecimento, a fome e a morte causada por um vírus que atinge principalmente os mais vulneráveis”. Clique e acesse a nota do CNS.

Outra entidade que  expressou preocupação com a instabilidade no MS na condução da emergência sanitária foi o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). “Estabilidade, unidade técnica, esforços conjuntos, ações efetivas e compromisso com a vida e com saúde da população é o que se espera dos gestores neste momento. Em todas as esferas de Governo. A instabilidade e a falta de ações coordenadas e claras, neste momento, são inimigas da saúde e da vida” finaliza Alberto Beltrame, presidente do Conselho e secretário de saúde do Estado do Pará (PA). Clique e acesse a nota do Conass . Dias antes, o Conass, conjuntamente com o Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), havia se posicionado contra a proposta de Teich de debater uma matriz  para a flexibilização em meio à alta do número de infectados e falecidos pela Covid-19. A Abrasco e demais entidades manifestaram seu apoio à atitude dos conselhos de gestão.

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